&quot;As incertezas do Centro Materno Infantil&quot;<br />Honório Novo no &quot;Jornal de Notícias&quot;

A polémica em torno do Centro Materno Infantil do Norte (CMIN) voltou agora a reacender-se quando utentes, profissionais e instituições começaram a encontrar razões objectivas para desconfiar das verdadeiras intenções do Governo quanto ao futuro desta unidade hospitalar.Mas porque razão, perguntam uns, a cardiologia pediátrica (um dos “pilares da estrutura legal” da medicina pediátrica) não parece estar contemplada no programa funcional do CMIN? E porque será que a oncologia pediátrica há-de ser “desviada” do S. João para o IPO, em vez de o ser para o futuro CMIN, ali ao lado?E o que se passa afinal com o programa funcional do futuro CMIN, este sim o tema que deveria construir o nó górdio de todo o debate em torno do futuro desta unidade hospitalar? Como está ele a ser discutido e por quem? Porque razão o Ministério continua a impedir de facto a participação de instituições como o Maria Pia e a Maternidade Júlio Dinis, sonegando informação até à própria Ordem, o que aliás já motivou a instauração de um processo contra o Ministério?Tudo isto é preocupante e deve fazer pensar os que sempre defenderam a construção de um CMIN “independente” que não seja uma mera extensão dos “departamentos de pediatria” existentes em hospitais centrais. Tudo isto justifica que a discussão abandone o acessório da localização e se centre na forma como a integração no futuro CMIN se vai processar, em respeito por capacidades e competências que devem continuar a servir de forma integral e autónoma a maternidade e a infância no Porto e no Norte do País!Não nos deixemos distrair pois o Ministério pode aproveitar as tricas para destruir um projecto determinante e voltar a prejudicar centenas de milhar de pessoas desta região.