Declaração de Rui Fernandes, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, Conferência de Imprensa

As questões da paz mundial a propósito do 67º aniversário do lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki

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Assinalam-se por esta altura - a 6 e 9 de Agosto de 1945 - os 67 anos sobre o lançamento pelos EUA de bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki.

O PCP, ao assinalar este trágico acontecimento que dizimou a vida a dezenas de milhares de pessoas, não presta somente um tributo às vítimas do horror nuclear, mas pretende também reafirmar a importância da luta pela paz e o desarmamento, pela resolução pacífica dos conflitos, num quadro em que crescem os perigos da guerra com consequências imprevisíveis.

Num quadro internacional marcado pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, pela intensificação da exploração dos trabalhadores e dos povos, por crescentes ameaças anti-democráticas e ataques à soberania, a vida mostra que a guerra e a agressão continuam a ser instrumentos da estratégia imperialista de dominação económica e geoestratégica. Hiroshima e Nagasaki são um exemplo concreto de até onde pode ir essa desmedida ambição e as suas trágicas consequências.

O PCP manifesta a sua preocupação pelos diversos focos de tensão que caracterizam a situação internacional, ligados umbilicalmente à política de ingerência dos EUA e da NATO. Assim é no Médio Oriente, com o continuado suporte a Israel, bem como com crescentes ameaças, pressões e procura de pretextos geradores da agudização do ambiente de crispação relativo ao Irão. Assim é no que respeita à Síria, a viver momentos terríveis para o seu povo, com o fornecimento, a partir do exterior, de material de guerra e outros apoios ao denominado exército livre sírio de facto apoiado pelo imperialismo e seus aliados na região, no quadro do afirmado apoio da administração Obama, e crescentes declarações de responsáveis políticos e militares norte-americanos e da União Europeia tendentes a uma intervenção militar.

O PCP alerta de que foi com base em campanhas e argumentos similares às que hoje estão em curso relativamente à Síria, que se desenvolveram as agressões na Jugoslávia, no Afeganistão, no Iraque ou na Líbia, centenas de milhares de pessoas perderam a vida, outros milhares passaram à condição de refugiados, novos focos de tensão foram criados, novo alimento foi dado ao desenvolvimento do terrorismo. Guerras de agressão, sempre justificadas em nome da “democracia” e dos “direitos humanos”, escondendo os reais interesses económicos e geoestratégicos das principais potências imperialistas da NATO e os lucros do complexo militar industrial e das multinacionais a si associadas. Aliás, o Pentágono acaba de completar os testes a mais uma arma convencional, para a qual investiu mais de 300 milhões de dólares, um míssil/ bomba com capacidade perfurante do solo, isto ao mesmo tempo que fazem o discurso da redução de custos em despesas militares.

Se os EUA tivessem realmente interessados em prosseguir um desígnio de desarmamento, começariam por pôr fim ao prosseguimento do seu esforço armamentista e adoptariam medidas de redução do seu próprio poderio nuclear. A realidade é, porém, bem diferente da propaganda sistemática veiculada pelos principais meios de comunicação internacionais, sob seu controle, e acriticamente difundida em todo o mundo.

O PCP, nesta ocasião em que passam 67 anos sobre os terríveis acontecimentos de Hiroshima e Nagasaki, apela aos trabalhadores e ao povo português para que intensifiquem a sua acção em defesa da paz e dos direitos nacionais dos povos em escolherem o seu caminho, ampliem a sua voz contra a guerra, pela paz e cooperação entre os povos.

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