Neste debate falamos dos países mais pobres e mais fracos do planeta.
Quase meia centena de países, cujos povos sofrem na pele os sucessivos fracassos na implementação das saídas de sucessivas conferências das Nações Unidas.
Não é nenhuma fatalidade do destino, nem são inelutáveis limitações ou constrangimentos naturais que tornam estes países pobres. Bem pelo contrário: vários deles são ricos, muito ricos, em recursos naturais.
É sim a injustiça e desumanidade de um sistema - de um modo de organização económica e social dominante à escala mundial - que se sustenta em relações assimétricas, geradoras e reprodutoras de desigualdades.
É o resultado do livre comércio, da desregulamentação financeira, da fuga ilícita de capitais permitida pelos paraísos fiscais; mas também da guerra e dos conflitos alimentados pela disputa de recursos naturais.
É na ruptura com os fundamentos deste sistema, e numa genuína e solidária política de cooperação e de ajuda ao desenvolvimento, que reside a possibilidade de emancipação destes povos e de desenvolvimento dos seus países.