Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, X Assembleia da Organização Regional de Setúbal

«Quanto mais a CDU avançar, mais avança a vida de quem trabalha!»

«Quanto mais a CDU avançar, mais avança a vida de quem trabalha!»

As nossas mais fraternas e cordiais saudações a todos os delegados e convidados presentes na X Assembleia da Organização Regional de Setúbal do PCP.

Acabámos de tomar importantes decisões com orientações para os próximos anos e que começa desde já com um ano de grande exigência para todo o nosso colectivo partidário.

O ano de 2019 que temos pela frente vai ser um ano duro de trabalho para nós e para o conjunto das forças e activistas da CDU.

Um ano onde é preciso combinar a luta em várias frentes, seja no plano social, seja no plano político e institucional e, ao mesmo tempo, dar resposta às grandes e importantes batalhas eleitorais de expressão nacional que estão já marcadas para 26 de Maio para o Parlamento Europeu e depois em 6 de Outubro para a Assembleia da República.

Batalhas eleitorais muito exigentes e com um importante peso e influência na evolução próxima da vida política nacional e que apelam a uma grande entrega desde já de todo o nosso Partido, porque a primeira batalha para o Parlamento Europeu está aí já no terreno a solicitar todo o nosso empenhamento nas tarefas da dinamização e concretização de campanha eleitoral da CDU, que temos que transformar numa grande campanha de massas e com ela garantir um grande êxito eleitoral da CDU!

Êxito que será sempre um forte contributo para sucesso das outras tarefas que temos entre mãos e que paralelamente temos que prosseguir, desde logo a grande tarefa de continuar a levar o mais longe possível a reposição dos direitos dos trabalhadores e do nosso povo que lhes foram extorquidos e dar força à luta pela valorização dos salários, por mais e melhor emprego e contra a precariedade.

Essa luta que assumimos no plano institucional com propostas legislativas concretas, indo também ao encontro das muitas lutas reivindicativas desenvolvidas pelos trabalhadores nas empresas e nos mais variados sectores aqui na Península de Setúbal e no País.

Não podemos esquecer que os salários reais dos trabalhadores portugueses caíram nestas quase duas décadas do século XXI para níveis do final do século passado. Uma evolução que é o resultado de anos de governação de política de direita e integração capitalista europeia que sucessivamente governos do PSD, CDS e PS aplicaram num carrossel de medidas e que promoveram a intensificação da exploração e ao nivelamento por baixo das condições de trabalho.

Uma evolução que agravou a já crónica e injusta distribuição do Rendimento Nacional em desfavor dos rendimentos do trabalho que urge reverter. E isso passa pela valorização geral dos salários do sector privado e público, mas igualmente por um mais substancial aumento do salário mínimo nacional, como PCP defende, para 650 Euros e para todos os trabalhadores!

Passa pela dinamização da luta reivindicativa, mas passa também por dar mais força à CDU levando a luta consciente e esclarecida com a nossa acção e intervenção até ao voto.

Sim, camaradas, quanto mais a CDU avançar, mais avança a vida de quem trabalha!

Avançar exigindo reverter as normas gravosas da legislação laboral que o governo do PS resiste em manter com o apoio do PSD e CDS, vinculados que estão às exigências do grande capital.

Esta é a batalha que não está terminada e à qual precisamos de dar força e dinamizar, porque o governo minoritário do PS insiste na sua proposta que apresentou na Assembleia da República em manter a caducidade da contratação colectiva, a recusa da reintrodução do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, bem como insiste na falsa solução de combate à precariedade da taxa penalizadora para as empresas que é uma espécie de licença para continuar a explorar o trabalho precário, legalizando-o.

Lutar pela valorização dos salários, pelo trabalho com direitos, contra a precariedade e pela rejeição do acordo laboral, combinado entre PS, PSD e CDS, o grande patronato e a UGT, é um combate da hora presente que é preciso continuar.

Luta que não prescinde, antes exige uma particular atenção dos comunistas portugueses na dinamização e no reforço da luta dos trabalhadores e das outras camadas da população, mas também a imperativa necessidade de continuar o debate e o esclarecimento do que está em jogo e também o que pode significar o voto de cada um, bem dirigido como fortificante complemento à luta diária travada nas empresas, nos locais de trabalho e nas ruas, pela valorização do trabalho e dos trabalhadores.

Essas lutas que daqui saudamos, como a luta da Administração Pública há dias travada em defesa dos seus direitos, pela valorização dos salários e carreiras. Tal como saudamos a Manifestação Nacional de Mulheres convocada pelo MDM para dia 9 de Março, a Manifestação Nacional da Juventude Trabalhadora para 28 de Março, as comemorações do 45.º Aniversário do 25 de Abril e a grande Jornada do 1.º de Maio, convocada pela CGTP-IN.
Sim, temos pela frente um ano em que precisamos de nos desdobrar em múltiplas frentes e tarefas para levar o País para a frente, melhorar as condições de vida do povo e fazer avançar a CDU!

Temos de prosseguir o combate em defesa do Serviço Nacional de Saúde, por melhores e mais acessíveis transportes públicos. Duas importantes e expressivas frentes de luta das populações da Península de Setúbal na defesa do seu direito à saúde e à mobilidade.

Tal como vem referido na Resolução Política da Assembleia, são muitas as dificuldades que as populações enfrentam no acesso aos cuidados de saúde.
E também como o PCP tem vindo a denunciar, a adequada planificação dos objectivos e das actividades do SNS tem sido frequentemente sacrificada, com vista a abrir espaço de mercado para a instalação de serviços privados.

A desresponsabilização do Estado em matéria de saúde e a privatização da prestação de cuidados atinge proporções em que é legítimo afirmar-se que está em causa o direito à saúde para largos sectores da sociedade portuguesa.

A ofensiva desencadeada contra o SNS, particularmente agravada durante o Governo PSD/CDS, que a pretexto do défice e da racionalidade técnica justificou a transferência de cuidados para o sector privado, acompanhando-a do respectivo financiamento e meios humanos, teve como consequência a fragilização do SNS, maiores dificuldades no acesso aos cuidados de saúde para a maioria dos portugueses e o crescimento do papel e influência do capital no sistema de saúde.

Os passos dados desde 2016 foram claramente insuficientes para inverter o rumo de desinvestimento no SNS.

É neste quadro que encontramos as explicações para o facto de existirem, aqui na Península de Setúbal, 140 mil utentes sem médico de família, para a falta de meios humanos e técnicos nos hospitais da região, para a transferência de valências obrigando os utentes a grandes deslocações, para o não avanço do processo de construção do novo hospital do Seixal e de novos centros de saúde.

Por isso a luta não pode parar!

E se há sector onde avançar é preciso é em defesa do Serviço Nacional de Saúde universal, geral e gratuito. Avançar na exigência de uma política que, entre outras medidas: ponha fim à transferência de responsabilidades do Estado para os grupos privados, nomeadamente com o fim das PPP; termine com o subfinanciamento crónico das unidades de saúde: que elimine a taxas moderadoras; que promova a valorização social, profissional e salarial dos profissionais integrados no SNS; que atribua médico e enfermeiro de família a todos os portugueses.

Medidas que integram o Projecto de Lei de Bases da Política de Saúde entregue pelo PCP na Assembleia da República. Um projecto que se distingue na afirmação de um verdadeiro Serviço Nacional de Saúde ao serviço das populações!

Um verdadeiro Serviço Nacional de Saúde que se defende também dando mais força à CDU e penalizando nas próximas eleições os partidos da duplicidade e da hipocrisia - os falsos amigos do SNS - como são o PSD e CDS, mas também aqueles, como o PS, que dizendo estar do lado de um SNS ao serviço das populações, ficaram sempre em cima do muro, quando não a promover o crescimento dos grupos privados do negócio da doença à custa do SNS!

Também no sector dos transportes, apesar dos avanços e conquistas obtidas nestes anos da nova fase, nomeadamente a valorização e alargamento do passe social que a intervenção decisiva do PCP tornou realidade e que significará, a partir do próximo dia 1 de Abril, para largos milhares de utentes, uma significativa redução dos custos com o uso do transporte público, muito há a fazer para que o País avance em matéria de transportes.

O que agora o Orçamento do Estado consagrou de redução dos preços não caiu do céu. É inseparável da intervenção continuada do PCP, da sua iniciativa política, da acção dos seus eleitos nas autarquias e na Assembleia da República, e do seu apoio à luta dos utentes por «Mais e melhores transportes públicos».

Intervenção e luta que deu combate à desvalorização e aumento insuportável do custo com o transporte público que sucessivos governos de PS, PSD e CDS impuseram em articulação com o processo de liberalização do sector.

Intervenção e luta que manteve presente ao longo de anos a exigência de revalorização do passe social. Um mesmo passe único para todos os operadores, todas as carreiras e toda a Área Metropolitana de Lisboa, a preços comportáveis com os rendimentos dos trabalhadores.

Uma luta feita realidade pela intervenção do PCP. Durante anos, um objectivo pelo qual a CDU e só a CDU lutou.

Ainda há dois anos, PS, PSD e CDS, com o BE a abster-se, juntaram-se para não deixar aprovar o projecto de lei do PCP de alargamento do passe social.

É preciso agora avançar mais decididamente.

Avançar no aumento da oferta de transporte exigindo do Estado o investimento na modernização e alargamento da oferta ferroviária e fluvial.

Há muito que o PCP se bate pelo reforço do transporte fluvial. O anúncio feito a semana passada da abertura do concurso para compra de 10 novos barcos é inseparável da nossa intervenção. Ao longo desta legislatura apresentámos propostas que PS, com o apoio do PSD e CDS rejeitaram. Finalmente no OE para 2019 consagrou-se a medida.

Mais vale tarde que nunca. Mas a verdade é que se perderam quatro anos porque o Governo do PS pôs a obsessão pelo défice à frente do interesse e do direito ao transporte de milhares de utentes desta margem do Tejo.

Avançar na defesa e afirmação de um serviço público de transportes de natureza pública ao serviço das populações e não do negócio de privados como sucede com a Fertagus.

A decisão do governo do PS, em convergência com o PSD e o CDS, em renovar a Parceria Público-Privada servirá os interesses privados que parasitam a infraestrutura ferroviária e recursos públicos mas não serve o interesse público e a população.

Avançar no alargamento a todo o País da redução tarifária e do aumento de oferta de transportes públicos.

Avançar no reforço do financiamento por parte do Estado para levar mais longe o direito à mobilidade.

É isto que se impõe, avançar na ampliação do que agora foi conquistado. Avanços que chegarão tanto mais cedo, quanto mais força tiver o PCP e mais votos e eleitos a CDU no Parlamento Europeu e na Assembleia da República!

Sim, temos pela frente muito trabalho. Mas este é um Partido que não vira a cara à luta em nenhuma circunstância. Um Partido que sabe que os êxitos da luta em defesa dos interesses populares, dos trabalhadores, do povo da Península de Setúbal e do País dependem não apenas de uma justa orientação, mas também da capacidade organizativa e da empenhada e dedicada actividade desenvolvida pelo conjunto dos militantes e das organizações do Partido.

No decorrer desta nossa Assembleia esteve presente a intensa actividade desenvolvida nos mais diversos domínios da vida desta Região. Uma actividade que mostra quanto necessário e indispensável é este Partido que aqui está e que todos queremos que seja mais forte e mais influente.

Foram muitos os passos positivos dados no reforço da nossa capacidade de organização e que são estímulo à continuação do nosso trabalho, como o recrutamento neste período entre Assembleias, de 518 novos militantes, que daqui vivamente saudamos e que são um consistente e muito importante passo em frente no caminho do necessário rejuvenescimento das organizações do nosso Partido, mas também do seu reforço que precisamos de continuar a aprofundar, assumindo o recrutamento, como o refere a Resolução Política da Assembleia, como uma grande prioridade do nosso trabalho. Um caminho que apresenta grandes potencialidades, como o mostra o valioso levantamento efectuado no âmbito da campanha dos 5 000 contactos, quase oito centenas no âmbito da ORS. Contactos que iniciamos e precisamos agora de levar até ao fim.

Um trabalho que nesta fase de combate eleitoral tem essa tripla função: dar a conhecer o Partido e o combate que travamos por uma sociedade mais justa e ao mesmo tempo receber o útil contributo da opinião e conhecimento de cada um dos nossos interlocutores para essa mesma luta; trazer mais militantes para as fileiras do Partido e fazer de cada conversa um momento de clarificação do que tem sido o nosso trabalho e da sua importância para a defesa, recuperação e conquista de direitos e rendimentos, da necessidade de continuar a avançar neste caminho com a afirmação e concretização de uma verdadeira alternativa à política de direita, que só o reforço da CDU pode garantir.

Um trabalho concebido, por isso, também, como parte integrante da campanha eleitoral de massas que precisamos de realizar e que para ter êxito, terá que contar com o empenhamento de todos e de cada um de nós, com a nossa iniciativa, a nossa acção, a nossa palavra, particularmente num tempo em que a manipulação, a mistificação e mentira inundam o espaço público. Neste tempo de uma grande ofensiva ideológica e de propaganda do grande capital, com os poderosos meios de que dispõe e que nos coloca também a necessidade de dar uma ainda maior importância à propaganda e à imprensa do Partido, em particular do Avante! e do Militante.

De entre os muitos passos dados em frente estão o esforço realizado junto das empresas e locais de trabalho, a dinamização da luta dos trabalhadores e das populações, mas também as condições criadas para o exercício de uma vida amplamente democrática e participação no seio do Partido. As 70 Assembleias de Organização realizadas neste período são um sinal da vitalidade do nosso Partido e de participação militante. Um Partido que não descansa nos passos positivos dados, que sabe também das insuficiências que é preciso debelar, para ter um Partido mais forte e mais influente.

A Resolução Política da 10.ª Assembleia Regional identificou com muita clareza quer essas insuficiências, quer as linhas e tarefas do reforço da organização do Partido, em particular as dirigidas ao prioritário trabalho junto das empresas e locais de trabalho, mas também para a elevação da militância e a responsabilização de quadros, incluindo para o trabalho de direcção. Ali está o muito que há a fazer no reforço e dinamização das organizações de base e da sua ligação à vida das populações, aos seus problemas e aprofundamento do trabalho junto das mais diversas camadas, sectores sociais e específicos, nomeadamente a juventude, reformados, mulheres, micro, pequenos e médios empresários, agricultores, pescadores e sectores da cultura e o movimento associativo. O que temos que fazer para defender e reforçar a independência financeira do Partido e garantir o desejável equilíbrio financeiro, outra prioridade apontada na Resolução da nossa Assembleia, melhorando o trabalho de cobrança de quotização e elevando o seu valor.

É necessário um PCP mais forte e é possível um PCP mais forte.

Estamos num distrito e numa região onde os valores da participação e da democracia encontram no poder local democrático um percurso traduzido em obra, realização e promoção do desenvolvimento local ao serviço das populações.

Trabalho, honestidade e competência que granjearam o reconhecimento popular. Uma forma de exercício do poder ao serviço das populações e da melhoria das condições de vida. Uma intervenção que fala por si mal grado os incómodos, diria mesmo a raiva e inveja, dos que perante essa realidade recorrem à mentira e à difamação para a procurar desmentir. Sim somos diferentes mesmo que mintam e inventem. Estamos no poder local para servir as populações não para nos servir, recusando benefícios pessoais pelo exercício de cargos públicos, vinculados aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo, afirmando, defendendo e valorizando o poder local.

Quando por aí vemos assomar novas declarações de amor à regionalização; quando por aí vemos vendendo «gato por lebre» apresentar a transferência de encargos travestidas de descentralização; quando por aí vemos invocar em falso e em vão arrebatadoras loas à proximidade – há que lembrar o que deve ser lembrado. Se não há regiões administrativas 43 anos depois de a Constituição da República determinar a sua criação é porque aqueles que em véspera de eleições apregoam regionalismo tudo fizeram para as não consagrar. Se não há uma efectiva descentralização é porque PS e PSD, em particular (como se viu ainda de novo com o acordo entre Rui Rio e António Costa), convergem no processo de desvalorização do poder local que tem unido estes partidos ao longo de décadas de política de direita.

Não se venha invocar “proximidade” para tentar levar ao engano as autarquias com a transferência de competências, como faz o Governo do PS, quando faltando à palavra mantém quatro anos passados a recusa de devolver as mais de mil freguesias roubadas ao povo pelo governo PSD/CDS.

A tentativa do Governo do PS, com o apoio do PSD, para impor a transferência de encargos para as autarquias sofreu uma importante e significativa derrota. Mais de 100 municípios rejeitaram o presente envenenado que o governo lhes estendeu. O facto de só 70 em 278 municípios terem assumido todas as competências que o governo pretendeu transferir é em si mesmo a resposta a um processo que visa a desresponsabilização do Estado e o sub financiamento do poder local, em prejuízo das populações e das autarquias.

De entre todas as tarefas e desafios imediatos, uma especial e particular atenção tem que ser dada às eleições deste ano de 2019!

Sabemos que vamos para batalhas eleitorais num quadro diverso de outras eleições anteriores a 2015. Um quadro que encerra perigos, mas também potencialidades para a afirmação da CDU.

São batalhas eleitorais que tendo cada uma a sua especificidade, vão pesar no seu conjunto e com o reforço da CDU para fazer avançar o País.

São três batalhas que exigem que se assumam como uma única só batalha, em que cada uma soma e se projecta para a batalha seguinte.

Somam todas positivamente com o reforço da CDU para dar força à construção do caminho alternativo que o País precisa para dar resposta aos muitos dos seus problemas que continuam adiados.

Somam todas com mais votos e eleitos da CDU para concretizar novos avanços nas condições de vida e no desenvolvimento soberano do País, num processo de acumulação e alteração de correlação de forças a favor de uma verdadeira mudança.

Sim, quantos mais votos e mais deputados eleitos pela CDU nas eleições de 2019, mais força à luta pela concretização de uma política alternativa em Portugal – a política patriótica e esquerda pela qual lutamos e Portugal precisa, mais força à necessidade de garantir um governo que a concretize e para dar força à ideia da exigência de uma Europa a favor dos trabalhadores e dos povos.

Por tudo isto é tão importante que a primeira batalha, já para o Parlamento Europeu, seja o início de um caminho de conquista e avanço da CDU! E importante pelo que representa em si a eleição de deputados vinculados aos interesses nacionais e do nosso povo e a um projecto de desenvolvimento soberano para o País.

Demos já o primeiro passo com a apresentação pública do primeiro candidato da lista da CDU, o camarada João Ferreira, precisamos agora de avançar decididamente na dinamização de toda a nossa acção, envolvendo o máximo da nossa capacidade e disponibilidade militante.

E temos fortes razões para partir com confiança para esta primeira eleição. A confiança de quem pode apresentar um trabalho e a intervenção de uma força - a CDU - que marca a diferença na defesa do interesse nacional e por um projecto alternativo para Portugal e para a Europa.

Uma intervenção que se distingue das demais forças políticas no Parlamento Europeu não apenas pelas opções políticas de fundo e pelos interesses que defendemos, mas também pelo que transporta consigo de anseios e aspirações dos trabalhadores e das populações e das necessidades do País, patente no valioso trabalho dos deputados da CDU que precisamos de profusamente dar a conhecer e valorizar, bem como o seu empenhamento na procura de soluções com propostas concretas para resolver problemas concretos, sejam nos domínios dos direitos laborais e sociais e em defesa do emprego, seja em defesa dos sectores produtivos nacionais, dos serviços públicos, de exigência de programas de apoio para países vitimas da ingerência e da agressão da Troika, como Portugal, de recusa de sanções contra os povos e países, de apoio às populações das zonas percorridas pelos incêndios e tempestades e em muitos outros domínios.

As eleições para o Parlamento Europeu são o primeiro momento de grandes escolhas, neste tempo de escolhas decisivas – entre avançar na solução dos problemas nacionais ou andar para trás. Entre eleger para o Parlamento Europeu quem defenda os trabalhadores e o povo, ou apoiar quem submete o País às imposições da União Europeia.

Sim, nesta eleição a questão não é saber quem melhor defende a União Europeia no País. Já se sabe que esse papel de submissão às imposições da União Europeia é do PS, PSD e CDS.

O que importa é ter na União Europeia, no Parlamento Europeu quem defenda os interesses do povo e do País. Ou seja, deputados eleitos pela CDU.

É saber se afirmamos corajosamente o direito soberano do País ao seu desenvolvimento ou se aceitamos a continuação desta opressão nacional. Se aceitamos que o aprofundamento do projecto supranacional de domínio económico e político que nos submete aos ditames dos grandes interesses e das grandes potências ou se afirmamos a soberania nacional como um elemento fundamental de uma alternativa progressista.

Sim, a escolha que está colocada perante os portugueses em 26 de Maio é entre quem defende a submissão do País às imposições e arbitrariedades da União Europeia – PS, PSD e CDS – ou quem defende Portugal e dá voz aos interesses os trabalhadores e do povo – a CDU!

Essa força que se bate por uma Europa do progresso e não a do retrocesso social. Que se bate por um Portugal liberto das amarras impostas pela União Europeia e o Euro, rompendo com a dependência. Que se bate pela renegociação da dívida pública, nos seus prazos, juros e montantes. Por uma Europa do desenvolvimento económico e não a da estagnação e do declínio. Por uma Europa da democracia e da soberania dos povos e não a das imposições supranacionais. Por uma Europa da paz e da cooperação e não a do militarismo e da guerra.

Essa voz e essa força que se faz ouvir e que defende aqui também no País com a sua acção e decisiva intervenção e iniciativa os interesses dos trabalhadores, do povo e do País, como está patente nestes mais de três anos da nova fase da vida política nacional.

Fomos não só a força que foi decisiva para conter o caminho de desastre nacional que estava em curso pela mão do governo PSD/CDS, como foram os partidos que integram a CDU – o PCP e o Partido “Os Verdes” - que, nestes últimos mais de três anos, deram com a sua intervenção e proposta uma inquestionável contribuição para resolver problemas urgentes e inadiáveis, recuperar condições de vida e de trabalho, repor direitos e rendimentos dos trabalhadores e do povo que ora PS, ora PSD e CDS foram nestes últimos anos pondo em causa e degradando com a acção dos seus governos.

A força que fez com que, num quadro internacional marcado por grandes retrocessos, se ande neste País da Europa há quase quatro anos não a discutir quanto nos cortam ou nos tiram, ou a resistir a ataques violentos aos nossos direitos, mas sim a lutar para avançar e a travar lutas, várias vitoriosas, para recuperar salários, subsídio de Natal, feriados, valorizar reformas e pensões, reduzir impostos sobre o trabalho, exigir medidas de redução da precariedade, apoiar as famílias libertando-as dos custos dos materiais escolares, reduzindo propinas e aumentando o abono de família, reduzir taxas moderadoras na saúde ou o preço dos medicamento, a concretizar a eliminação do Pagamento Especial por Conta que pesava sobre as micro pequenas e médias empresas, a reduzir o IVA da restauração e os custos com combustíveis para agricultores e pescadores, isto para dar apenas alguns exemplos dentro das dezenas de exemplos possíveis. Avanços que precisamos de valorizar e lembrar a cada momento.

Um vasto conjunto de medidas que foram determinantes para dinamizar o mercado interno e fazer crescer a economia e o emprego. Sim, camaradas, foi a reposição dos rendimentos e direitos o motor dos avanços também neste domínio que é preciso aprofundar e não o resultado da acção de um qualquer mágico da economia!

E se não se foi e não se vai mais longe é porque permanecem fortes constrangimentos e paralisantes contradições que impedem a resposta aos problemas, resultantes das opções do PS e do seu governo minoritário, de submissão ao grande capital, à União Europeia e aos critérios constrangedores do Euro.

Sim, governo minoritário do PS e não governo das esquerdas, como também precisamos de continuar a clarificar.

Mas não se foi mais longe também por outro motivo e é preciso dizê-lo: - porque a CDU não tem ainda a força necessária para afirmar uma verdadeira alternativa!

Mas é uma evidência que todas estas medidas, conquistas e avanços não existiriam hoje se não fosse a iniciativa e proposta do PCP, mas também do PEV, isto é, das forças da CDU.

Avanços que foram alcançados por essa razão, simples e objectiva, que foi a do governo minoritário do PS não ter as mãos completamente livres para impor a sua vontade.

O que se avançou - é bom que os trabalhadores e o povo tenham disso consciência – foi porque o PS não tinha os votos para, sozinho, impor a política que sempre, ao longo de quatro décadas, fez sozinho ou com o PSD e o CDS.

Sim, camaradas, temos razões para ir para os combates eleitorais com confiança, mesmo sabendo que vamos travar esta batalha com recursos desiguais.
Vamos com a confiança de quem sabe que tudo fez para servir os trabalhadores, o nosso povo e País.

Sabemos quanto importantes são para a vida dos portugueses e quanto valorizamos cada uma das conquistas e avanços conseguidos. Mas não bastam respostas parciais. A situação do País e a gravidade dos seus problemas exigem uma resposta global, assente numa verdadeira política alternativa patriótica e de esquerda.

Temos afirmado que a solução para os problemas acumulados por anos de política de direita não encontra, nem encontrará resposta no PS, nem no PSD e no CDS, principais responsáveis pela situação do País.

E se a prova está no seu passado o que vemos hoje mais o confirma. Do PSD e do CDS o que os portugueses podem esperar é o regresso sem olhar a meios do retrocesso social e económico, a liquidação de direitos, saque de salários e rendimentos, e da parte do PS o que se sabe poder contar é com as mesmas opções que têm impedido a resposta plena aos problemas nacionais.

Opções que forçam ao adiamento da solução dos mais importantes problemas sociais e económicos, mas também do investimento no desenvolvimento do País.

Veja-se o chamado Plano Nacional de Investimentos até 2030 que o Governo apresentou recentemente. Lá ficamos a saber, não apenas de algumas promessas que cá estaremos para ver se se concretizam, mas sobretudo, o adiamento por mais de uma década de obras estruturantes para o País e para toda esta Região. Adiando opções fundamentais como: a construção do Novo Aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete; a Terceira Travessia sobre o Tejo entre Chelas e Barreiro; a imperiosa necessidade de recuperar a capacidade de material circulante ferroviário, ou a plataforma logística do Poceirão.

Um Plano Nacional de Investimentos desfasado do magno problema do reforço da capacidade produtiva do País e que deixa de fora obras e infraestruturas fundamentais que são, uma vez mais, pela mão do PS, adiados para as calendas gregas, numa opção que não responde ao presente e compromete o futuro, algumas das quais secundarizadas por opções a favor dos interesses dos grupos económicos como a opção do aeroporto no Montijo.

Portugal precisa de encetar um caminho verdadeiramente alternativo para resgatar o País da sua dependência e libertar recursos para o seu desenvolvimento.

Portugal precisa de um governo e de uma política que enfrente, sem hesitações, os condicionamentos da União Europeia e os seus instrumentos de usurpação da soberania.

Sim camaradas, temos soluções para o País: a defesa e afirmação da soberania nacional; a valorização do trabalho e dos trabalhadores, com mais salários e pensões, horários dignos, combate à precariedade, melhores condições de trabalho, revogação das normas gravosas da legislação laboral; a promoção da produção nacional; o controlo público dos sectores estratégicos; a valorização dos serviços públicos e das funções sociais do Estado; o acesso de todos à justiça, o combate à corrupção, a taxação do grande capital.

Está nas nossas mãos, na nossa acção colectiva e individual construir uma intensa corrente de mobilização para o voto na CDU e mostrar que está nas mãos dos trabalhadores e do povo português abrir a possibilidade de concretizar o Portugal a que temos direito, dando mais força à CDU para o País avançar a sério!

Todos nós sabemos que o caminho que estamos a percorrer não está isento de dificuldades. Mas aqui estamos, dispostos ao combate ao serviço dos trabalhadores, do povo e deste distrito, sabendo que são grandes e exigentes as tarefas que a actual situação coloca ao PCP, mas tudo fazendo para as concretizar.

Somos um Partido independente, com a sua natureza de classe, o partido da classe operária e de todos os trabalhadores e com que o povo sempre pode contar.

Um Partido que se orgulha do seu passado, da sua história. Um Partido que se orgulha da sua identidade comunista. Um partido portador de um projecto de futuro. O partido portador de soluções que toma a iniciativa e avança na luta que continua por uma política patriótica e de esquerda, por uma democracia avançada, inspirada nos valores de Abril, pelo socialismo e o comunismo.

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