Após dois anos de genocídio do povo palestiniano levado a cabo por Israel, o entendimento agora anunciado deverá constituir um passo para garantir um cessar-fogo permanente, o fim do genocídio, o acesso à ajuda humanitária, a retirada total das forças militares israelitas da Faixa de Gaza e o fim dos seus ataques na Cisjordânia e em Jerusalém Leste.
Trata-se de um passo que, há muito, deveria e poderia ter sido dado, não fosse a permanente falta de seriedade, perfídia, boicote e recusa por parte do regime israelita, que sempre contou com o apoio dos EUA e das potências da NATO e da União Europeia para a sua política genocida, de ocupação e de colonização.
É necessário garantir que Israel cumpra o cessar-fogo, que deve ser permanente, não obstaculize a entrada da ajuda humanitária e respeite os direitos do povo palestiniano, ao contrário do que se verificou com o acordo de 19 de Janeiro deste ano, brutalmente violado por parte do regime israelita, assim como em todos os acordos que Israel firmou, até ao momento, relativamente à questão palestiniana.
É igualmente necessário afirmar a exigência de que o Israel ponha fim à agressão ao Líbano e à Síria, e retire dos territórios que ocupa ilegalmente nestes dois países, assim como das suas ameaças contra o Irão e o Iémen.
No momento em que é anunciado este entendimento, o PCP alerta contra as manobras e as pressões que, desrespeitando os direitos e a soberania do povo palestiniano, visam colocar em causa, ou mesmo continuar a impedir, a criação do Estado da Palestina, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Leste, e o direito de retorno dos refugiados palestinianos, como determinam as resoluções das Nações Unidas.
O povo palestiniano tem direito a um Estado em que, de forma plena e efectiva, decida soberanamente o seu caminho – uma justa causa cuja concretização não pode continuar a ser adiada, deturpada ou subvertida.
O PCP reafirma que o entendimento agora anunciado é inseparável da persistente e corajosa resistência do povo palestiniano em defesa dos seus direitos, do amplo movimento internacional de solidariedade com a Palestina e de contestação à política de ocupação e aos crimes de Israel, bem como do crescente isolamento de Israel e dos EUA.
O PCP considera da maior importância a continuação da solidariedade com a corajosa luta do povo palestiniano pelos seus direitos nacionais e apela à participação nas acções desenvolvidas pela Campanha de solidariedade «Todos pela Palestina! Fim ao Genocídio! Fim à Ocupação!», em que se associam mais de 130 organizações portuguesas.