Intervenção de Carina Castro, Encontro Nacional do PCP sobre eleições e a acção do Partido

Propaganda, uma tarefa central

Propaganda, uma tarefa central

Camaradas:
Dependermos cada vez mais dos meios próprios para intervir, não é uma fraqueza, isso significa “apenas” que o que de mais decisivo se joga no nosso futuro, está em grande medida nas nossas mãos. O exemplo recente da batalha eleitoral na região autónoma da Madeira, demonstra-o claramente. Isto coloca uma grande responsabilidade, particularmente, às tarefas de propaganda, mas é também um desafio cheio de perspectivas e possibilidades.

Foi a partir deste quadro que preparámos os elementos para a nossa campanha, nesta fase sob o mote: Basta de injustiças! Mais CDU, vida melhor. Palavra, dignidade, confiança. Correspondendo a um sobressalto que muitos sentem, lembrando que ao longo da história a força da CDU foi sempre em favor das suas vidas, sublinhando os nossos valores distintivos. Temos agora de garantir que os mupis são colocados com rapidez, assim como os pendões e faixas. Precisamos que essa propaganda fixa demonstre uma força viva, actuante, ao seu lado, que contribua para fixar a mensagem que viram antes no outdoor, e que vão ver a seguir no folheto na empresa ou na localidade. Precisamos de repor rapidamente o que estiver degradado, não deixar que a propaganda desactualizada consolide preconceitos e ofensivas.

Precisamos de intervir nas redes também de forma mais organizada, agitar, partilhar os nossos conteúdos, lembrar o nosso colega da proposta que PS, PSD, IL e Chega rejeitaram e que dava solução para a falta de habitação ou para o salário que não chega; lembrar que estivemos sempre lá, em todas lutas, dar a conhecer os nossos candidatos, organizar as nossas páginas regionais.
Temos os elementos e bases gráficas para produzir propaganda o mais concreta possível, libertando ao mesmo tempo todas as disponibilidades para a rua e menos para o centro de trabalho.

Temos os folhetos centrais, e teremos com grande importância os folhetos regionais, que são fundamentais para afirmar que estamos a eleger deputados e não primeiros-ministros, como também o são os mupis regionais e locais que agora começam a ser produzidos. Precisamos de articular o central com o local, e de fazer de cada distribuição uma acção de agitação, usar os meios que temos: as aparelhagens, o som, as flâmulas, para que a nossa presença seja notada, confiante, audaciosa. Precisamos que cada acção, seja um mini comício, fazendo a intervenção ao microfone a partir daquela realidade concreta, suscitando a curiosidade dos trabalhadores dentro da empresa ao ouvir e identificando-se com o que dizemos. Precisamos que cada folheto seja uma conversa, um ganhar disponibilidade para falar, ouvir, discutir, rebater e conhecer.

Temos como apoio um documento com perguntas e respostas que estão nas nossas pastas, para que ninguém receie ir à conversa por poder surgir uma pergunta difícil a que não sabem responder, certos de que cada um, o seu conhecimento da realidade e prestigio, o orgulho de quem somos, do que defendemos, as soluções que propomos são uma força gigantesca e imparável. É hora de cada activista ser uma porta-voz.

A forma como encaramos a propaganda decorre daquilo que somos, da nossa natureza de classe, do nosso projecto político: estar onde estão os trabalhadores, onde estão as massas, onde estão as injustiças, os problemas, as desigualdades. Estar onde fazemos falta. Garantir uma abordagem de classe, rigor e coerência, verdade e seriedade. Não basta denunciar o problema, temos de denunciar os responsáveis, e temos de apontar a solução; não basta constatar que tal situação é difícil, precisamos de motivar à acção e à possibilidade real de concretização do que propomos, ela deve abrir perspectivas confiantes de futuro.

Por isso dizemos que é hora! Que já basta de injustiças, de desigualdades. É hora de dar mais força à CDU! É hora de mudar de política, de abrir perspectivas de futuro. É hora da palavra, dignidade, confiança que só a CDU garante. As pessoas que nos conhecem, sabem-no, então, é hora de sermos nós a chegar lá, a falar com eles e não as televisões, os algoritmos, as sondagens e os comentadores. É hora de levar a CDU a toda a parte.