Mais um relatório que associa a política comercial da UE à política de cooperação para o desenvolvimento.
O relatório reconhece, ainda que timidamente, algumas das consequências da liberalização e desregulação do comércio internacional para os países em desenvolvimento. Reconhece que a integração destes países no sistema de comércio internacional, no quadro da vigência destas políticas, pode destruir a produção local e aumentar a dependência face às exportações.
Todavia, em lugar de questionar este caminho e defender a sua inversão, o que diz é que ele não tem sido prosseguido da melhor forma: a liberalização não é feita "de forma moderada e gradual, em linha com o desenvolvimento das suas capacidades produtivas" e que devem efectuar "progressos em direcção a uma transformação estrutural". Inaceitável.
Não questionando o que são, de facto, os Acordos de Parceria Económica, pede a inclusão de cláusulas sobre direitos humanos e democracia, responsabilidade social das empresas, a questão da sustentabilidade ambiental e social e a questão de género. Uma pincelada social e ambiental que não põe em causa a essência destes acordos de livre comércio.
Mas há vários aspectos positivos no relatório: do apelo à a abolição dos subsídios às exportações agrícolas, ao reconhecimento do direito dos países ACP imporem limitações à exportação de matérias-primas, entre outros.