Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Programa de actividades da presidência neerlandesa

O aprofundamento do mercado único é apresentado como a panaceia para todos os males da União Europeia: desemprego, pobreza, ausência de crescimento.

Sucede que este aprofundamento, para além de impulsionar o ataque a direitos, serviços públicos e funções sociais do Estado, é uma das forças motrizes da dinâmica de divergência geradora de desigualdades crescentes entre Estados-Membros. Aliás como as políticas comuns, o Euro e a União Económica e Monetária: uma implacável máquina de divergência.

O instrumento que poderia mitigar essa divergência, ou desejavelmente contrariá-la, o orçamento da UE, foi reduzido à indigência – é o mais baixo de sempre. Não se vislumbra que a situação se possa alterar durante a presidência holandesa, embora fosse imperioso fazer uma revisão intercalar que aumentasse substancialmente esse orçamento.

Mais ainda quando se percebeu já a quem vai servir o Plano Juncker – fundamentalmente às grandes potências e aos seus grupos económicos.

Numa Zona Euro ainda mergulhada na crise, continua a ignorar-se o problema das dívidas da periferia – que estão entre as maiores do mundo e há muito demonstraram a sua insustentabilidade.

Quanto aos refugiados, a União Europeia continua a demonstrar uma das suas faces mais desumanas.

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