Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Programa comunitário de apoio a actividades específicas no domínio dos serviços financeiros, da informação financeira e da auditoria

Se dúvidas houvesse para o verdadeiro objectivo da presente proposta, bastaria citar o enunciado no texto hoje aprovado, isto é, assegurar a "eliminação dos obstáculos que continuam a entravar o bom funcionamento do mercado interno", aliás, conforme estipulado no seu artigo 2.º que clarifica que o "objectivo geral" é "melhorar as condições de funcionamento do mercado interno".

Ora, não deixa de ser, mais uma vez, no mínimo, paradigmático que depois do "flop" do chamado "plano de relançamento da economia europeia" e da apregoada "solidariedade europeia" a primeira, e única, até agora, proposta de criação de um programa comunitário de apoio seja dirigida aos serviços financeiros! Até parece que não estamos confrontados uma das maiores crises do capitalismo, com o agravamento do desemprego, com a destruição do aparelho produtivo ou com as crescentes desigualdades e dificuldades dos povos e trabalhadores.

As propostas que temos vindo a apresentar - de reforço do orçamento comunitário, de criação de programas comunitários de apoio ao tecido produtivo, à defesa do emprego com direitos e dos serviços públicos - foram rejeitadas, mas, quando se trata de apoiar o mercado financeiro e o "bom funcionamento do mercado interno", os meios financeiros comunitários não faltam. É inadmissível. Daí o nosso voto contra.

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