Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Previsão de receitas e despesas para o exercício de 2011

Muito se tem discutido, a respeito deste relatório, sobre os salários e os subsídios dos deputados.

Quero aqui lembrar que, ao contrário da maioria, estivemos e votámos contra o actual estatuto financeiro dos deputados do Parlamento Europeu.

Entre outras razões, porque implicou, no caso de alguns países, praticamente a duplicação do vencimento dos deputados. Mas sobretudo porque quebrou um princípio, para nós, essencial: o da existência de um vínculo entre o nível salarial médio dos cidadãos de um país e o nível salarial dos seus representantes.

A quebra deste vínculo é mais um sintoma da degradação da democracia, do afastamento entre representantes e representados, da degenerescência ética de um sistema que, ao mesmo tempo que impõe políticas anti-sociais, com cortes salariais que afectam a generalidade da população, põe os seus executantes a coberto dos seus efeitos.

Não seria tempo de rever este estatuto financeiro?

Quero também deixar claro que não nos revemos nas propostas de alteração ao relatório que, defendendo poupanças no Parlamento, procuram criar um regime de excepção mais favorável para o financiamento dos partidos europeus e das fundações políticas europeias.

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