Prevenção de doenças profissionais

A contracção de "tendinites" tem vindo a agravar-se
nas empresas das indústrias eléctricas. Já em 1992 o sindicato
do sector começou a alertar para a gravidade do problema em Portugal.
No entanto, a inércia do patronato e do Governo permitiram que dos 150
casos de trabalhadores da Ford Electrónica portadores desta doença
em 1994 se passasse para os 1.500 actualmente em empresas como a Visteon (ex-Ford
Electrónica), Indelma, Delphi, Deta, Pioneer, Samsung, Legrand Eléctrica
e Tyco.

Um dos factores comuns às empresas com elevada incidência de casos
de tendinite é o que se relaciona com a chamada modernização
do trabalho. O processo de trabalho é caracterizado pela mecanização,
fragmentação da produção e grande especialização,
aumentando o número de tarefas manuais, que concentram a solicitação
física das mãos, braços e ombros e que exigem movimentos
rápidos, precisos e repetitivos, por vezes com grande amplitude e em
posturas críticas e requerendo uso de força.

Tendo em consideração que a Directiva 89/391/CEE do Conselho,
de 12 de Junho de 1989 relativa à "aplicação de medidas
destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores
no trabalho" estabelece no seu artigo 5º que a "entidade patronal
é obrigada a assegurar a segurança e a saúde dos trabalhadores
em todos os aspectos relacionados com o trabalho", o deputado do PCP ao
PE, Joaquim Miranda questionou a Comissão Europeia sobre o tipo de acção
previsto na mesma afim de garantir o estabelecimento de condições
de saúde e segurança no local de trabalho que previnam a contracção
deste tipo de lesões.