Intervenção de

Preparação do Conselho Europeu de 21 e 22 de Junho - Intervenção de Ilda Figueiredo no PE

Neste Conselho Europeu deviam estar no centro das atenções cinco
preocupações fundamentais: travar a escalada das taxas de juro do Banco
Central Europeu para impedir o agravamento das injustiças sociais;
relançar o investimento público para conseguir criar mais empregos com
direitos e diminuir a pobreza e a exclusão social; debater medidas que
permitam aprofundar a democracia participativa e o debate pluralista em
torno dos temas europeus; empenhar-se na procura de uma paz justa para
o Médio Oriente, defendendo os direitos soberanos dos povos da
Palestina e do Iraque; reforçar a cooperação e a solidariedade no plano
internacional para diminuir as desigualdades sociais e regionais.

Em vez disso, o que temos é a obsessão na retoma das principais
propostas contidas no projecto neoliberal do Tratado Constitucional,
que caducou com o Não nos referendos da França e da Holanda. E, agora,
com a preocupação expressa de evitar o debate público, de fugir aos
referendos, de impedir que os cidadãos manifestem a sua posição
soberana. O que pretendem é reforçar a concentração do poder das
grandes potências europeias para mais facilmente dar resposta aos
interesses dos grupos económicos e financeiros.

Pela nossa parte insistimos na necessidade de dar prioridade ao
progresso económico e social, aos direitos dos trabalhadores e das
populações, sendo claro que qualquer proposta de um novo Tratado deve
ser submetida aos eleitores, em referendos a realizar em cada um dos
Estados-Membros, nas datas que as respectivas instituições nacionais
decidirem.

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