Independentemente dos aspectos mais ou menos pontuais que o relatório aponta de forma justa - o défice de pagamentos, os instrumentos e as margens de flexibilidade - a verdade pura e simples é que este orçamento é totalmente incompatível com os proclamados objectivos de coesão social e territorial constantes nos tratados.
E esta incompatibilidade decorre de duas ordens de razões. Em primeiro lugar, os montantes ficam muito aquém do necessário para uma efectiva política redistributiva que permita aos países e às regiões desfavorecidas aproximarem-se das regiões mais ricas. É aliás significativo que está orçamento plurianual tenha diminuído pela primeira vez na história da integração europeia.
Em segundo lugar, este orçamento é curto porque uma parte importante destes recursos, já de si escassos, não se dirigem ao fomento da coesão. Uma parte significativa do orçamento está hoje a alimentar as políticas repressivas e securitárias da UE, retirando assim meios que deveriam ser dirigidos aos objectivos de coesão ou no apoio aos agricultores que são visitas da política externa da UE.
Queremos mais meios, mas exigimos que estes meios sejam postos ao serviço de uma política redistributiva que atenue as assimetrias reforce a coesão.