Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Preparação da reunião do Conselho Europeu de 18 e 19 de Outubro de 2018

A crescente disseminação da retórica e de concepções próprias da extrema-direita no discurso e na prática da direita dita tradicional e da própria social-democracia fica bem à vista no debate sobre migrações.

O conceito de Europa fortaleza abertamente assumido e defendido; a explícita associação entre migrações e segurança; a visão selectiva e instrumental das migrações, com a gestão da força de trabalho imigrante feita unicamente em função dos interesses e das necessidades do grande capital; o apoio aos campos de concentração na vizinhança da União Europeia; a convergência na ideia de que o perigo vem de fora, para esconder que o perigo – para os trabalhadores e os povos – está cá dentro, na acção política que uns e outros levam a cabo.

Se juntarmos a isto o profundo desrespeito pelos direitos de soberania dos povos e as políticas de retrocesso social, aí temos o caldo de cultura criado para o ascenso da extrema-direita.

Alguns dos que hipocritamente alertam para o perigo da serpente são dos mais zelosos cuidadores dos seus ovos.

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