Preparação do Conselho Europeu - Declaração escrita de Pedro Guerreiro no PE

Apenas dois comentários nas duzentas palavras possíveis...
Talvez o aspecto mais importante relativamente ao alargamento seja o
reafirmar a necessidade do respeito e cumprimento das resoluções da ONU
sobre Chipre e a não instrumentalização da questão cipriota no quadro
das contradições em torno da adesão da Turquia à UE.
Quanto ao denominado "processo constitucional", os propósitos são
claros, as contradições persistem. Ao mesmo tempo que reafirmam a
necessidade de recuperar a "constituição europeia", surge a ideia de um
consenso "menos" ambicioso (mas garantindo o fundamental). Fala-se na
mudança de nome e num (pseudo)"mini-acordo" com ênfase nas questões
institucionais (com o pretexto de que a UE precisa de funcionar, ou
seja, o assegurar o domínio das grandes potências no processo de
decisão) e no dito "papel da UE no mundo" (ou seja, a sua militarização
e intervencionismo externo). Há mesmo quem refira que "vendendo" a
ideia deste (pseudo)"mini-tratado" se poderia evitar a realização de
referendos em alguns dos Estados-membros. "Mini-tratado" que
recuperaria o fundamental do conteúdo da "constituição europeia",
fazendo crer que se trata de outra coisa.
Enfim, mais uma tentativa e ensaio para (re)impor o tratado rejeitado.
Tentativa a que está atribuído um papel particularmente inaceitável à
Presidência portuguesa do Conselho, no segundo semestre de 2007.

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