Este relatório deve ser apreciado em conjunto com os outros que o acompanham, sobre o futuro da UE. Assumindo um quadro de revisão dos tratados, situação que se sabe ser inviável com o procedimento actualmente instituído, pois os povos não o aceitariam, este relatório cumpre a função de “polícia mau”, sendo a integralidade dos seus objectivos, no fundo, totalmente coincidente com os do relatório sobre o potencial do tratado de Lisboa (o “polícia bom”). O objectivo passa por forçar um salto para diante, aprofundando os pilares fundamentais (militarismo, neoliberalismo, federalismo) do processo de integração capitalista europeu. Defesa de uma reforma global do Tratado de Lisboa; defesa de uma política orçamental e económica comum; a crítica a políticas protecionistas nacionais; valorização do Semestre Europeu e dos pacotes legislativos da Governação Económica; defesa do Relatório dos Cinco Presidentes; defesa do reforço dos poderes do Banco Central Europeu; transformação da Comissão Europeia num “governo da UE”; reforço de políticas securitárias; criação de serviços de informação europeus e de um exército europeu; atribuir ao Tribunal de Justiça da UE competências alargadas. Entre muitos outros aspectos negativos. Perante as reconhecidas dificuldades em rever os tratados, o relatório propõe mesmo que se altere o processo de revisão. Obviamente votámos contra.