O relatório inclui um conjunto de propostas que consideramos positivas, conferindo aos Estados-Membros maiores possibilidades de impedir ou limitar o cultivo de OGM do que a proposta da Comissão.
Esperamos que estas boas intenções se traduzam em melhorias efectivas num sistema de autorização que tem baseado a sua decisão em "estudos científicos" promovidos, essencialmente, pelas empresas proprietárias das patentes dos OGM, e que o Conselho e a Comissão aceitem as propostas aprovadas pelo parlamento.
Relembramos que um estudo recente de investigadores portugueses vem uma vez mais pôr em causa a independência dos estudos sobre os efeitos dos alimentos transgénicos na saúde, financiados pela indústria - parte interessada na sua comercialização.
Esperamos que a maioria deste parlamento se mantenha firme nas negociações e que o seu posicionamento positivo não se traduza apenas numa manobra política para mais tarde ir ao encontro dos interesses económicos por detrás dos OGM. Pela nossa parte, continuamos a defender uma aplicação efectiva do princípio da precaução, a retirada das espécies já introduzidas de OGM, defendendo dessa forma a saúde, o ambiente e os agricultores. Rejeitamos ainda o controlo das sementes pelas multinacionais detentoras das patentes dos OGM e o seu uso para aumentar a exploração dos pequenos e médios agricultores e da agricultura familiar.