Posição comum do PCE e do PCP por ocasião das greves gerais de 14 de Novembro em Portugal e em Espanha

O Partido Comunista Português e o Partido Comunista de Espanha consideram que a crise em Portugal e em Espanha, com traços específicos em cada país, traduz o aprofundamento da crise do capitalismo e a sua expressão na União Europeia, à qual o grande capital procura responder com uma ofensiva que configura uma violenta regressão civilizacional.

Num momento marcado por uma grave situação para os trabalhadores e os povos de Portugal e de Espanha, que se confrontam com uma violenta ofensiva contra os seus direitos laborais e as suas conquistas sociais e democráticas, o Partido Comunista Português e o Partido Comunista de Espanha consideram que a crise em Portugal e em Espanha, com traços específicos em cada país, traduz o aprofundamento da crise do capitalismo e a sua expressão na União Europeia, à qual o grande capital procura responder com uma ofensiva que configura uma violenta regressão civilizacional.

As políticas seguidas quer em Portugal, quer em Espanha, prosseguem a brutal espiral de austeridade, a intensificação da exploração, o desemprego, os baixos salários e a precariedade, o empobrecimento, colocando em causa direitos e condições e serviços essenciais para a necessária prestação de cuidados de saúde, da educação e da segurança social, criando situações de autêntica catástrofe social.

Políticas que em Portugal e em Espanha apenas servem os interesses dos grandes grupos económicos, do grande capital financeiro, das grandes potências imperialistas e de uma União Europeia cada vez mais dirigida pelo directório de potências comandado pela Alemanha – no fundo, os interesses daqueles que são responsáveis pela crise e que com ela continuam a acumular riqueza, à custa da exploração, do desemprego, do empobrecimento e do esmagamento da independência dos Estados.

O PCE e o PCP, reafirmando que a situação exige uma verdadeira ruptura com tais políticas –que possibilite alternativas de progresso social, de desenvolvimento económico, de cooperação e de paz –, sublinham e valorizam o papel fundamental da luta de massas e, em particular, da luta dos trabalhadores e do movimento sindical de classe para a alcançar – uma ruptura que não se compadece com as manobras de uma social-democracia profundamente comprometida com o grande capital.

O PCE e o PCP reafirmam que a ruptura com o actual rumo de desastre passa pela rejeição do denominado “tratado orçamental”; pelo fim dos «memorandos de entendimento», autênticos pactos de agressão contra os trabalhadores, os povos; pela rejeição das ditas “reformas estruturais” de cariz anti-social e neoliberal; por medidas que valorizem o trabalho e os trabalhadores e que assegurem os direitos e as condições de vida dos povos; pela tributação efectiva do grande capital e da especulação financeira; por medidas que garantam o controlo público da banca e de sectores estratégicos da economia e apostem no progresso social como factor essencial para o desenvolvimento económico; por medidas que salvaguardem a democracia e a soberania e um quadro de cooperação na Europa.

O PCE e o PCP expressam a sua solidariedade aos trabalhadores e aos povos de Portugal e Espanha, que, como noutros países da Europa, se levantam contra a brutal agressão a que estão a ser sujeitos, organizando poderosas jornadas de luta em defesa dos seus direitos e condições de vida e da democracia, contra as políticas de direita aplicadas em cada um dos países e as imposições e políticas neoliberais da União Europeia e do seu directório de grandes potências.

O PCE e o PCP saúdam a realização das duas greves gerais que, partindo da grave realidade e das condições específicas de cada país, foram convocadas em Portugal e em Espanha para o dia 14 de Novembro.

Existem alternativas! Por via da luta dos trabalhadores e dos povos da Europa. Por via da derrota das políticas de austeridade e de abdicação nacional dos pactos de agressão. Por via da ruptura com as políticas anti-sociais e anti-democráticas e da afirmação dos direitos dos povos. Por via de conquistas e transformações de carácter anti-capitalista e anti-monopolista, no rumo da construção do socialismo. Por via da solidariedade internacionalista. Uma outra Europa dos trabalhadores e dos povos é necessária e possível.

Partido Comunista de Espanha
Partido Comunista Português

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