Pela revisão do quadro financeiro

Os deputados do PCP ao PE têm defendido que, para promover efectivamente
o princípio da coesão económica e social — a redução
das desigualdades entre países e entre regiões —, é
necessário ultrapassar o limite de despesas do actual quadro financeiro
(1,27% do PNB comunitário) do orçamento da UE e reforçar
os Fundos estruturais e de Coesão.

Tal necessidade é tanto maior quando já em 2000 se antevia o
actual alargamento da UE, tendo-se mesmo assim — e pela primeira vez —,
mantido o limite das despesas. Por isso mesmo, os deputados do PCP ao PE votaram
contra a «Agenda 2000» — que definiu os limites orçamentais
para 2000-2006 — e criticaram o então Governo PS de ter hipotecado
o futuro da coesão.

Aquando do «2.o Fórum europeu sobre a coesão», em
2001, alertaram para os riscos de limitação dos meios financeiros.
Aliás, o que veio a ser confirmado, em grande parte, nas Cimeiras de
Bruxelas e de Copenhaga (em 2002), que congelou a despesa agrícola a
25 com base nos actuais 15 Estados-membros e aprovou um financiamento do alargamento
inferior ao decidido na «Agenda 2000», que já não
assegurava a coesão económica e social.

Agora que se inicia o debate sobre o quadro financeiro após-2006, sob
a chantagem — por parte dos países ricos — de limitar o orçamento
comunitário a 1% do PNB comunitário e «balizado» pela
discussão viciada da Comissão Europeia que discute entre a manutenção
ou a redução, os deputados do PCP ao PE avançaram com uma
resolução de iniciativa onde propuseram o aumento do limite das
despesas do próximo quadro financeiro e o aumento dos Fundos Estruturais.

Você sabia que...

Menos fundos e coesão no próximo quadro financeiro?

1% é quanto os países mais ricos querem fixar
como limite máximo de despesas do orçamento comunitário,
apesar destas poderem, neste momento, ir até 1,27%. A manterem-se estas
«perspectivas» serão os actuais países mais pobres
da UE a pagarem os custos do alargamento e haverá menos fundos e coesão
no próximo quadro financeiro.

Em defesa do estatuto das regiões ultraperiféricas —
Açores e Madeira

Os deputados do PCP ao PE tiveram sempre presentes os interesses específicos
das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, tendo em
conta os condicionalismos económicos que advém da sua ultraperificidade.
Por isso, defenderam constantemente o cumprimento integral do estatuto de região
ultraperiférica, que advém do artigo n.o 2 do 299.o do Tratado
da UE e a adequação das políticas e meios comunitários
para ter em conta essa especificidade. Daí terem realizado uma dezena
de visitas às regiões autónomas, das quais resultaram um
significativo conjunto de iniciativas
, donde se destacam, entre muitos
outros exemplos, a defesa do aumento da quota leiteira dos Açores, a
rejeição da liberalização de acesso às águas
dos Açores e da Madeira, a defesa da produção de banana
da Madeira, o aumento das verbas dos programas POSEI, a manutenção
do programa de pesca específico para estas regiões e ainda a defesa
de programas de apoio específicos para compensar os custos da ultraperificidade.

Você sabia que...

Por cada 3 euros que entram de Fundos estruturais, mais de 1 euro retorna
aos países ricos da UE

35,2% é a percentagem do investimento comunitário
em Portugal que é gasta consequentemente em importações
de outros Estados-membros da UE, ou seja, retornam aos cofres dos principais
contribuintes líquidos do orçamento comunitário.

GRÁFICO INVESTIMENTO DA UE