1. O PCP não pode deixar de protestar publicamente contra o facto de a RTP não ter feito deslocar qualquer equipa de reportagem à Conferência de Imprensa que hoje realizou e que abordou duas questões de inegável actualidade: os insignificantes aumentos das pensões de reforma ontem anunciadas pelo Governo e as questões relativas aos ataques em curso ao Ministério Público a pretexto do «processo Leonor Beleza». Como exemplo do carácter discriminatório desta atitude, basta referir que, ainda ontem, a RTP procedeu à cobertura da conferência de Imprensa do PSD sobre aquela última matéria.

2. É também indispensável sublinhar que a semana passada ficou marcada por um patente silenciamento por parte da RTP de importantes actividades do PCP, como se demonstra pela não cobertura das deslocações do Secretário-Geral do PCP a Coimbra (onde abordou os problemas mais vivos dos estudantes no momento actual) e à Covilhã (onde abordou problemas dos trabalhadores e do aparelho produtivo daquela região).

3. É uma evidência que, com tais procedimentos, a RTP não respeita princípios elementares do pluralismo e acaba por sonegar aos telespectadores importantes tomadas de posição do PCP sobre matérias de grande repercussão social, protegendo assim, objectivamente, o Governo do PS de críticas e denúncias que, exceptuando o PCP, nenhuma outra das principais forças políticas formula.

4. Nestes termos, o PCP volta a reclamar com veemência que a RTP, tendo presente as suas especiais responsabilidades de serviço público de televisão, rectifique prontamente os critérios discriminatórios que vem usando no acompanhamento das actividades dos partidos políticos.