PCP denuncia passividade do Governo português - EUA continuam a repatriar para Portugal cidadãos de origem portuguesa - Nota da Direcção da Organização na Emigração do PCP

Num seminário relacionado com criminalidade e imigração realizado em Washington,
o procurador da República nos Açores, Mota Botelho, terá admitido, em declaração
a um jornal, que durante este ano poderiam ser deportados para Portugal "cerca
de 2 mil" cidadãos de origem portuguesa que se encontram em prisões americanas
após o cumprimento das penas.

Tal revelação é extremamente preocupante, quer pela sua dimensão (desde 1989,
data a partir da qual Portugal passou a figurar na lista negra das autoridades
americanas, foram deportados para Portugal cerca de 300 pessoas, na sua grande
maioria para os Açores), quer pelas consequências sociais negativas para as
regiões de acolhimento, sem condições económicas nem estruturas para assegurar
a adequada integração dos indivíduos atingidos, quer pela desumanidade da medida
decidida pelas autoridades norte-americanas que assim expulsam cidadãos para
terras que lhes são estranhas, quantas vezes sem domínio da língua e com um
corte brutal dos seus laços familiares, designadamente com filhos e cônjuges.

A Direcção da Organização na Emigração do PCP, denuncia mais uma vez o comportamento
do Governo português face a este problema, que se tem caracterizado pela passividade,
pelo silêncio ou pela conivência com a orientação nesta matéria do Governo dos
EUA, que assim se livra da responsabilidade de recuperar e integrar cidadãos
que cresceram, foram educados e são fruto da sociedade norte-americana, sendo
nela que terão condições de participação e superação dos seus problemas.

A DOE do PCP considera indispensável e urgente uma mudança clara de atitude
e de orientação política do Governo português que assegure a firme defesa dos
interesses nacionais envolvidos e que recuse a sistemática deportação destes
cidadãos como falsa solução para os seus problemas de recuperação e integração
social.

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