Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

O papel do diálogo intercultural da diversidade cultural e da educação na promoção dos valores fundamentais da UE

Este relatório soma, a alguns aspectos positivos, uma perspectiva que não vai à verdadeira origem dos problemas que levam ao extremismo, à xenofobia e ao racismo. Branqueando o papel da UE e dos governos de alguns EM e das suas políticas na promoção de desigualdades, de falta de acesso aos serviços públicos e direitos sociais e económicos, na produção de estigmas, o relatório "preconiza que a UE, enquanto agente de promoção da paz a nível mundial, deve promover o diálogo intercultural".
Não se fala em medidas de inclusão social concretas mas sempre em integração através do diálogo intercultural, pedindo-se no relatório que haja uma definição actualizada deste conceito, que não se entende muito bem como se vai medir.
Reconhecendo que o diálogo intercultural é uma ferramenta de participação democrática inclusiva, não podemos deixar de salientar que não está no plano das medidas de inclusão concretas, mas abstractas. Por outro lado, a própria UE, ao evocar os supostos valores fundamentais da UE em contraposição com outros, nomeadamente quando ingere em países ou rejeita a entrada daqueles que não têm cidadania de países da UE, nega na prática esse diálogo. Abstivemo-nos.

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