Os efeitos da volatilidade dos preços das matérias-primas alimentares, provocados pela especulação, repartem-se de forma desigual pelos agentes da cadeia de produção e comercialização. Nesta cadeia de produção caracterizadas por relações muito desiguais de poder, são os especuladores financeiros, fundos de investimento, grandes comerciantes de alimentos, ou os grandes proprietários de terras que acabam por ser os maiores beneficiários.
Infelizmente, os instrumentos financeiros, opção maior da nova PAC para fazer face à instabilidade dos preços, não podem substituir os instrumentos públicos de regulação. Pior, os produtos derivados, criados para estabilizar os rendimentos agrícolas, tornam-se cada vez mais complexos e por isso inacessíveis para os pequenos agricultores. Desta forma o instrumento criado para proteger os agricultores tornou-se uma causa para o seu desaparecimento.
Pergunto à Comissão Europeia se, no quadro da nova PAC aprovada em 2013 que reforça os mecanismos de gestão de crise através do recurso a produtos financeiros, quais os mecanismos destinados a precaverem os pequenos e médios agricultores sem acesso aos mercados financeiros.