Depois de quase trinta anos de preços estáveis das matérias-primas alimentares, entrámos num período de turbulência, com flutuações de preços totalmente imprevisíveis. Os efeitos desta volatilidade repartem-se de forma desigual pelos agentes da cadeia de produção e comercialização. Nesta cadeia de produção caracterizadas por relações muito desiguais de poder, são os especuladores financeiros, fundos de investimento, grandes comerciantes de alimentos, ou os grandes proprietários de terras que acabam por ser os maiores beneficiários.
Desde a crise alimentar de 2007/08, a especulação e a volatilidade estão na agenda de muitas reuniões internacionais, desde o Comité sobre Segurança Alimentar, o G20, a FAO, o Banco Mundial, a própria UE. Contudo, depois de alguns anos de trabalho, os resultados são escassos, não havendo consenso sobre o impacto do mercado de derivados no sector agrícola e na volatilidade dos preços.
Pergunto à Comissão Europeia quais as razões e quais os estudos que suportam a decisão de privilegiar os instrumentos financeiros de gestão de risco em detrimento dos instrumentos públicos de regulação.