Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

A orientação sexual e identidade de género no conselho dos direitos do homem das Nações Unidas

Os direitos humanos são de facto indivisíveis, mas o que se passa é que a União Europeia (UE) não está a cumprir esse preceito, pois, ao mesmo tempo que dá passos positivos nos direitos em função do género e da orientação sexual, está envolvida num processo de acelerada negação e mesmo destruição de direitos sociais (que são direitos humanos), como mesmo de direitos económicos e políticos. Esses ataques afectam todos, incluindo os grupos sociais mais referidos nesta resolução.

Simultaneamente, vários países da UE e a própria UE estão envolvidos em operações de ingerência e de agressão, como no caso da Líbia, ou de complacência com crimes, como no caso dos crimes israelitas contra o povo palestiniano, ou, no passado, o envolvimento em actos de profundo desrespeito pelos direitos humanos, como os voos da CIA e as prisões secretas, que põem em causa os princípios referidos nesta resolução. Ou seja,  falta credibilidade à União Europeia para falar de direitos humanos "universais e indivisíveis".  

 Assim, embora tendo votado favoravelmente esta resolução, rejeitamos que, em nome dos direitos humanos, se proceda a manobras de ingerência e mesmo de agressão, presentes ou futuras, que são elas próprias grosseiras violações de Direitos Humanos e do próprio Direito Internacional.

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