Orientações Económicas 2002 - consolidação fiscal e liberalização

Na sessão plenária de Maio, os deputados do PCP ao Parlamento
Europeu rejeitaram as orientações económicas para 2001.
Estas orientações foram aprovadas formalmente no Conselho Europeu
de Gotemburgo, traduzindo-se para Portugal em recomendações de
maior redução da despesa pública em 2001, antecipação
dos objectivos de redução da despesa apresentados no programa
de estabilidade português, liberalização do sector energético
e maior moderação salarial.

Neste sentido, o plano de redução de despesa pública do
PS, apresentado pelo ex-ministro das Finanças, Pina Moura, segue a par
e passo as orientações da UE, com consequências gravosas
para os trabalhadores, com o congelamento dos salários da função
pública e a redução dos investimentos sociais.

A "receita" comunitária apresentada permanece imutável,
não esquecendo que foi consolidada no Conselho Europeu de Lisboa do ano
passado.

A deputada do PCP ao PE, Ilda Figueiredo, intervindo em plenário, reforçou
a ideia de que a única coisa que interessa para os diferentes governos
dos Estados membros a nível comunitário é a estabilidade
dos preços e o cumprimento do Pacto de Estabilidade, e mostrou-se preocupada
com a situação em Portugal cujas perspectivas apontam para maiores
divergências com o crescimento europeu, para o agravamento do desemprego,
atingindo sobretudo as mulheres e os jovens, e para que os trabalhadores sejam
penalizados pelo aumento da inflação e respectiva perda de poder
de compra, apesar de manterem os mais baixos salários da UE.