Foi inaugurada na semana passada a nova sede do banco central europeu, em Frankfurt, perante a justa indignação de milhares de cidadãos europeus.
Para além dos efeitos das políticas de austeridade que afectam a generalidade dos estados membros, a inauguração deste majestoso edifício, um conjunto de duas torres de 45 andares com espaços comuns e gabinetes de luxo que custou 1.3 mil milhões de euros chocou e choca o cidadão comum. Com efeito, ao mesmo tempo que assistimos a um retrocesso social sem precedentes que atinge a generalidade da população, crescem as grandes fortunas com grande destaque para o sector financeiro que tem no BCE o seu mais sólido apoio como atestam todas as medidas de política monetária dos últimos anos.
Este edifício esteve, segundo informações vindas a público, orçamentado em 500 milhões de euros pela anterior equipa liderada por Jean-Claude Trichet. De acordo com o Tribunal de Contas Europeu, terá havido problemas de controlo de custos e pouca transparência nos processos de adjudicação. Acabou por custar mais do dobro. Pergunto assim ao governador do BCE quais os motivos que levaram a que o orçamento inicial fosse completamente ultrapassado e que medidas foram tomadas para o apuramento das responsabilidades pela situação.