Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Orçamento da UE para 2012

Este orçamento deixa mais uma vez bem claro qual a dimensão e o real significado da tão apregoada solidariedade europeia. Apenas 1,02% do rendimento bruto global dos 27. Um valor ainda inferior, em mais de 8.000 milhões de euros, ao previsto no Quadro Financeiro Plurianual acordado em 2006.

Pouco mais de 130.000 milhões, previstos em pagamentos para 2012, inviabilizam qualquer coesão económica e social, mais a mais no contexto da agressão em curso contra os países alvo dos programas FMI-UE.

Esta é, lamentavelmente, cada vez mais, uma Europa de divergência. Este orçamento comprova-o.

Para se ter uma noção de escala, e uma noção também da real natureza e objectivos desta UE, o montante global deste orçamento anda próximo, muito próximo, do que se admite canalizar para a recapitalização da banca europeia.

Este orçamento, mais uma vez, vai muito além do que devia no intervencionismo externo, na repressão da imigração, no militarismo.

Mais uma vez, fica muito aquém do necessário na coesão, no emprego, nas áreas sociais e na preservação ambiental.

Quanto ao orçamento do Parlamento Europeu, deixo aqui uma palavra de preocupação para o corte de 21 milhões de euros nos serviços de interpretação e tradução. Uma ameaça séria e inaceitável ao princípio do multilinguismo e aos postos de trabalho de muitos trabalhadores cuja função é imprescindível ao funcionamento desta casa.

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