Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Óleo de palma e desflorestação das florestas tropicais

O relatório é positivo e oportuno, fazendo uma análise razoável do problema. No entanto: - Deixa de fora uma condenação do papel do sistema económico capitalista (maximização do lucro, sobreprodução) na desflorestação e na monofloresta; - Adopta um certo tom paternalista que seria evitável; - A UE aparece frequentemente como um único bloco (relação UE-países produtores de óleo de palma). Apresentámos várias propostas de alteração, sobre questões tão diversas como: - A urgência de sobrepor o direito de acesso à terra e a valorização social e ambiental à lógica economicista de maximização do lucro; - A rejeição de conceitos e definições simplistas de floresta que apenas a definem como uma aglomeração de árvores por percentagem de área coberta, levando à adopção de conceitos igualmente simplistas de desflorestação e reflorestação; - A defesa de uma definição de floresta que inclua a diversidade biológica, social e cultural , por forma a impedir a monoflorestação e a privilegiar as espécies autóctones, protegendo assim os ecossistemas, os habitats e as comunidades locais; - A denúncia das consequências das vastas monoculturas de óleo de palma (abuso de poder de mercado, domínio na formação de preços, ocupação de terras, más condições de trabalho, uso de pesticidas), incompatíveis com a protecção do ambiente, a luta contra a fome.

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