Neste número da revista "Portugal e a UE" propomo-nos, mais
uma vez, apresentar a nossa reflexão em torno da actualidade da União
Europeia e suas incidências para Portugal, assim como divulgar a actividade
desenvolvida pelos eleitos do PCP ao Parlamento Europeu.
Deste modo, salientamos o significado das conclusões da Cimeira de Barcelona,
que teve como principal ponto da sua agenda o reforço da aplicação
dos objectivos neoliberais da denominada "estratégia de Lisboa".
No quadro desta "agenda" neoliberal, aprofundamos particularmente
a liberalização do sector dos transportes.
Abordamos o inicio dos trabalhos da "Convenção sobre o futuro
da UE", que prepara um novo salto qualitativo na integração
de orientação federalista sob a direcção e domínio
dos "grandes" países da UE, com graves consequências
para a soberania nacional.
Tendo em conta o inicio do debate em torno do futuro da política de
coesão económica e social, nomeadamente através da utilização
da política estrutural, no contexto de um futuro alargamento da UE, alertamos
para os perigos que se colocam, nomeadamente para o País.
Na perspectiva da revisão da Política Comum de Pescas assinalamos
alguns dos aspectos que consideramos centrais para a defesa deste sector em
Portugal.
Por outro lado, e a titulo exemplificativo, salientamos algumas das actividades,
iniciativas e trabalho que os deputados do PCP ao PE têm vindo a realizar.
Como as iniciativas em torno dos "paraísos fiscais" e o branqueamento
de capitais, de solidariedade com as mulheres portuguesas acusadas de pratica
de aborto, de apoio à luta dos trabalhadores com salários em atraso,
ou em defesa do sector e serviços públicos, gravemente ameaçados.
Fazemos referência ao trabalho realizado em defesa dos interesses dos
trabalhadores portugueses e de Portugal, nomeadamente no sector das pescas,
da agricultura, da construção naval ou no quadro das consequências
sociais e económicas do perspectivado alargamento da União Europeia.
Salientamos ainda as actividades e iniciativas de solidariedade para com a
luta do povo palestiniano, assim como para com outros povos que lutam pela concretização
da sua independência, contra a agressão externa e pela conquista
da paz, como em Timor Leste, que proclamou a sua independência no passado
dia 20 de Maio, como em Angola, onde se conquistou uma nova oportunidade para
a paz, ou pelo fim do bloqueio dos EUA a Cuba.
Ou ainda, a participação no II Fórum Social Mundial, em
Porto Alegre, no Brasil, juntando a voz aos que se opõem à guerra
e às políticas neoliberais e capitalistas e lutam por um Mundo
mais justo!
Pensamos que, desta forma, estamos, como sempre o fizemos, a procurar contribuir
para um maior conhecimento por parte dos trabalhadores e da população
portuguesa para a actual "agenda europeia" e suas consequências
para o nosso País, contribuindo para o necessário e urgente debate
sobre estas questões em Portugal.
Procuramos ainda prestar contas da actividade dos deputados do PCP no PE, dando
testemunho de que, pela sua acção, honram os compromissos assumidos
para com o povo Português, nomeadamente a sua permanente e profunda ligação
à realidade do nosso país, aos problemas e anseios dos seus trabalhadores,
dos seus agricultores e pescadores, dos seus micro, pequenos e médios
empresários, na defesa intransigente dos interesses nacionais.