Normas internacionais de relato financeiro (IFRS) e a governação do Conselho das Normas Internacionais de Contabilidade (IASB)
As empresas da UE cotadas em bolsa são obrigadas, desde Janeiro de
2005, a utilizar normas contabilísticas internacionais para as suas
demonstrações financeiras consolidadas.
Essas normas são desenvolvidas por uma organização privada (Fundação do
Comité das Normas Contabilísticas Internacionais e Conselho das Normas
Internacionais de Contabilidade (IASCF/IASB)), dependente de fundos
privados (maioritariamente de empresas do mesmo ramo) e que não se
encontra submetida a qualquer controlo público.
O presente relatório, apesar de incluir elementos que merecem as nossas
reservas, propõe algumas medidas que tem por objectivo ultrapassar esta
situação, sendo cauteloso quanto à possibilidade da aplicação deste
tipo de normas internacionais de contabilidade às pequenas e médias
empresas.
No entanto, há que afirmar claramente que não é com paliativos - com
medidas que procuram minimizar as consequências da especulação
financeira e prevenir a ocorrência de situações que levem ao colapso do
sistema financeiro internacional, como forma de perpetuar a crescente
liberalização do movimento de capitais - que se cura o paciente.
Há que atacar a raiz do problema: a progressiva financeirização da
economia e a cada vez maior especulação financeira, com a consequente
fuga de investimentos da esfera produtiva. Há que colocar os sistemas
financeiros ao serviço do progresso dos povos e dos seus países e não
do grande capital!