Senhor Presidente, Senhora Comissária Virkkunen, estes programas da mobilidade militar e da preparação para a defesa são reveladores das opções erradas da União Europeia.
Há zonas rurais, em toda a União Europeia, onde não há ligações rodoviárias nem ferroviárias em condições, mas a prioridade da União Europeia é o transporte de blindados militares de 60 toneladas.
Há populações sem transportes públicos adequados, mas, para a União Europeia, a prioridade é o investimento em locomotivas e veículos de transporte de munições.
Há populações sem acesso à saúde. Em Portugal, há grávidas a parir em ambulâncias e na berma da estrada por falta de maternidades abertas, mas a prioridade da União Europeia é criar condições para a circulação de comboios médicos para recolher mortos e feridos em combate.
Há falta de comboios e barcos para transportar pessoas para o trabalho, para a cultura, para o desporto, mas a prioridade da União Europeia é investir em reboques para o transporte ferroviário e marítimo de material militar.
Senhora Comissária, aquilo de que os povos precisam é de solução para os seus problemas do dia-a-dia, de solução para os problemas sociais e económicos que afligem hoje as suas vidas. Não é de utilizar a guerra como objetivo político, nem o militarismo como caminho a fazer pela União Europeia.







