Declaração de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, Contacto com trabalhadoras da Dan Cake

PCP solidário com luta das trabalhadoras da Dan Cake

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“Decidiu marcar presença nesta greve, que é a segunda em menos de um mês, nesta empresa, É urgente lutar pela dignificação e valorização do trabalho destas pessoas?” 
Claro, é uma evidência. E temos ali um placar que diz: «Há 40 anos a trabalhar por 770 €. Isto não é possível continuar. Aliás, é um problema mais geral de todos nós, de todos os trabalhadores. Esta necessidade, esta emergência nacional, do aumento geral dos salários, não só, mas também em função do aumento brutal do custo de vida. E nesta profunda injustiça em que vivemos, ainda há pouco fiz essa referência. Nós temos os grupos económicos em Portugal têm 11 milhões € de lucros por dia. Ora, e estas pessoas estão a exigir 50€ de salário mínimo. Quer dizer, há qualquer coisa aqui que não está bem. E é preciso urgentemente acabar com esta, com esta política de injustiça e desigualdade e dar direitos a esta gente, porque são estas trabalhadoras que fazem o país funcionar. São elas produzem e é importante serem respeitadas e naturalmente, o respeito, a dignidade, mas também salários, que é com isso que se paga as contas naturalmente. 

“E alguma razão específica para ter escolhido vir hoje aqui no Dia Internacional das Mulheres?”
Olhe, não fui eu que decidi isso. Quem decidiu isso foi estas trabalhadoras porque decidiram fazer greve neste dia e portanto, se tivessem feito ontem, cá estaria ontem.

“Se tivessem feito amanhã?”
E se fizerem amanhã, cá estarei amanhã. Calhou bem, díria assim. Calhou bem. Eu diria que é uma forma determinada. Aliás, como as mulheres são determinadas. Uma forma determinada de assinalar o Dia Internacional da Mulher na exigência de direitos, nesta ideia de que só há direitos, só há igualdade, se houver direitos no trabalho e na vida. E é isso que elas estão também aqui a reivindicar.  

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