Declaração de Bruno Dias, Deputado do PCP à Assembleia da República, Declaração à imprensa

Relatório sobre a TAP: o que agora é divulgado não ilude responsabilidades de PS e PSD na empresa ao longo dos anos

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Sem prejuízo de uma análise mais detalhada do relatório, os factos apurados e hoje divulgados, veem desde logo confirmar o que era uma inevitabilidade. É que nós estávamos perante uma prática verdadeiramente inaceitável, perante uma ilegalidade que tinha de ter uma consequência. E aquilo que se verifica é que o PCP fez uma pergunta já há algum tempo, a Fernando Medina, que continua por responder: quantas Alexandras Reis mais poderão existir? 

Porque este caso, o caso Alexandra Reis, digamos assim, foi o único elemento que deteve a IGF no apuramento dos factos. E, portanto, quando nós verificamos que é uma prática verdadeiramente inaceitável com aquilo que de pior tem a gestão privada, que é a marca de gestão privada que impuseram à TAP e que agora querem, pelos vistos, voltar a impor com uma nova privatização da TAP, isso levanta as maiores preocupações. 

O PCP, obviamente, não desistirá, não desiste, de apurar e de ter o esclarecimento, para já, do conjunto dos factos e das implicações que a gestão privada teve na companhia, nomeadamente em situações como esta que poderão até ser em tudo semelhantes a este caso mais flagrante que hoje veio a público e que foi o objeto da análise da IGF. Mas por outro lado, para além desse apuramento e desse esclarecimento pleno desses vários factos, também queremos saber todo o conjunto de opções e opções estratégicas profundamente lesivas, penalizadoras para a TAP e para o interesse nacional, que foram levadas a cabo ao longo destes anos e que valem 800, 900, 1000 alexandras reis (tendo em conta o valor que está em causa), como é o exemplo concreto dos aviões da frota de aeronaves na TAP. 

E, portanto, a questão que nós colocamos é: se a conclusão do Governo perante isto e o anúncio do Governo perante isto, é insistir e acelerar no processo de privatização da TAP, se é insistir e acelerar até do ponto de vista das nomeações agora para a próxima gestão da companhia, então nós dizemos que há uma conclusão que claramente que devia ser retirada e que o governo está a negar. É que a TAP está em risco de ficar em mãos privadas e de grupos económicos. E deve ser defendida a TAP, os trabalhadores da TAP e o interesse nacional

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