Intervenção de Diana Ferreira na Assembleia de República, Reunião Plenária

Vai o Governo assegurar um aumento extraordinário de, pelo menos, 20 € para todos os reformados e pensionistas?

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Sr. Presidente,
Srs. Deputados,
Srs. Membros do Governo,

A situação económica e social degradou-se significativamente com o brutal aumento do custo de vida.

Aumenta o preço dos combustíveis, da energia, de bens alimentares, entre outros, especulando-se com necessidades.

Aumentam os lucros milionários (especialmente dos grandes grupos económicos), muitos detentores do fornecimento destes mesmos bens e serviços.

Aumenta tudo isto, menos os salários e as pensões de forma a repor todo o poder de compra perdido - não só de hoje, mas de anos que estão para trás.

Sobra mês aos salários e às pensões. Há muito quem, dias depois de receber, ande a fazer contas à vida para perceber como vai aguentar o resto do mês - porque contas pagas, se restar algum, esse dinheiro fica curto para alimentar a família durante todo o mês. E para responder a muitas outras necessidades.

E não é com medidas assistencialistas que lá vamos.

Esta realidade quotidiana de centenas de milhares de famílias do nosso país não tem qualquer resposta num documento que se recusa a resolver os problemas estruturais que o país enfrenta.

A recusa explícita do Governo em aumentar os salários e pensões de forma a recuperar o poder de compra, face ao aumento especulativo dos preços, significa a imposição de cortes nos salários e nas pensões a milhões de trabalhadores e pensionistas.

O que o Governo está a dizer é que serão os trabalhadores e os reformados a pagar a crise com a degradação das suas condições de vida.

É isto que o Governo quer?

Além de uma questão de justiça social, de uma melhor distribuição da riqueza, de combate às desigualdades e à pobreza, de valorização de quem trabalha (que produz a riqueza do nosso país) e de quem trabalhou uma vida inteira (que produziu riqueza para o nosso país), o aumento geral dos salários e a valorização das pensões são medidas inadiáveis para responder ao sufoco diário que enfrentam milhões de trabalhadores, reformados e pensionistas.

Vai o Governo aumentar o SMN para os 850 euros num curto espaço de tempo?

Vai o Governo acabar com a caducidade da contratação colectiva para que os salários médios possam efectivamente aumentar?

Vai o Governo corrigir as injustiças sentidas pelos trabalhadores da AP que há mais de uma década estão a perder poder de compra e que os 0,9% estão longe de colmatar?

Vai o Governo assegurar um aumento extraordinário de, pelo menos, 20 euros para todos os reformados e pensionistas?

É que sem estas medidas, o Governo bem pode falar de objectivos de défice e de contas certas, porque quem fica com a vida errada são os trabalhadores, os reformados e pensionistas que vão continuar a empobrecer com as opções tomadas pelo Governo.

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