Declaração de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral

Sobre os resultados das eleições autárquicas 2021

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A CDU assinala os resultados obtidos num quadro particularmente exigente. Um resultado que teve de enfrentar, na sua construção, um conjunto de factores adversos mas que a mobilização e empenhamento de milhares de activistas e candidatos ergueu, afirmando o trabalho, a honestidade e a competência enquanto reconhecida razão de apoio e confiança.

Um resultado que sem prejuízo da sua expressão nacional fica aquém dos objectivos colocados.

A CDU, independentemente de perdas que se assinalam, confirma-se como uma grande força no poder local.

A CDU saúda os milhares de activistas, o grande número de jovens e mulheres que, lado a lado com os candidatos, ergueram a campanha de esclarecimento e mobilização que contribuiu para a construção do resultado eleitoral e todos aqueles que deram o seu voto à CDU.

Em cada freguesia e concelho as populações contarão com os eleitos da CDU para prosseguir o trabalho e a intervenção por melhores condições de vida.
Passadas as eleições para as autarquias locais, coloca-se com maior premência a necessidade de dar resposta aos problemas do País.

Aos problemas mais imediatos e urgentes que subsistem sem resposta e, sobretudo, encetar uma política capaz de responder aos problemas mais gerais que afectam os trabalhadores e o povo e hipotecam as condições de desenvolvimento do País. Problemas que estes quase dois anos de epidemia expuseram em toda a sua dimensão.

Não há razões que justifiquem o adiamento de opções e respostas para os problemas nacionais. Não só há a necessidade imperiosa de soluções como existem as possibilidades de as concretizar.

A exibição de recursos que o Governo propagandeia tem de ter tradução nos investimentos que respondam às necessidades das populações e do País.

Questões cruciais para a vida de milhões de trabalhadores como as dos seus salários e do direito à contratação colectiva, aos horários dignos e a vínculos permanentes, ou a revogação das normas gravosas da legislação laboral têm de ter resposta. Impõe-se o aumento das pensões de reforma no caminho da reposição do poder de compra para o conjunto dos reformados. Os serviços públicos com destaque para o Serviço Nacional de Saúde, a Escola pública, os transportes públicos, a habitação, a cultura e a defesa do ambiente precisam de um outro nível de resposta. A criação de uma rede pública e creches gratuitas para todas as crianças é indispensável.

O futuro do País é inseparável da sua capacidade de produzir e de ter nas mãos instrumentos estratégicos da economia.

Em 2020 e 2021 a emergência da epidemia impôs a necessidade de respostas imediatas para as quais foram determinantes a intervenção do PCP e do PEV. O PCP e o PEV intervieram com determinação e conseguiram assim soluções e avanços.

Agora, passado o tempo de resposta emergente à questão sanitária, é preciso olhar para o futuro, dar as respostas que se podem e devem dar, abrir perspectivas a uma política alternativa.

Uma alternativa que se tem de construir com a luta dos trabalhadores e do povo, não limitada a leituras e conteúdos estritos do Orçamento do Estado para 2022. As forças que integram a CDU tomarão a iniciativa para afirmar a alternativa que é necessária, e em que o Orçamento do Estado se insere, mas que está para lá dele em matérias decisivas para a vida dos trabalhadores e das populações.

São essas opções que é preciso assumir.

Não se pode, em nome das opções de classe do PS, adiar soluções e agravar os problemas do país.

Portugal precisa de uma outra política, uma política alternativa capaz de resolver problemas acumulados e encetar uma trajectória de desenvolvimento económico, social e ambiental.

Para esse caminho, os trabalhadores e o povo podem contar com o PCP, com o PEV, com a CDU, essa força decisiva que ao seu lado não prescinde de intervir por todas as soluções que assegurem a elevação das suas condições de vida e um Portugal com futuro.

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