Intervenção de Jerónimo de Sousa, Comício CDU

Reconquistar a Câmara Municipal de Beja, resgatando-a ao marasmo a que a gestão do PS a condenou

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Camaradas e amigos, 

Saudações fraternais a todo o povo de Beja!

Saudação a cada um de vós, activistas da CDU no concelho de Beja, candidatos e apoiantes sem os quais não conseguiríamos esta dinâmica que cresce e se alarga em torno da CDU, Coligação Democrática Unitária.

Saudação aos nossos aliados do Partido Ecologista os Verdes, nosso parceiro de coligação, companheiros de tantas lutas pela justiça social e pela defesa de um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, aos amigos da Intervenção Democrática na sua abnegada intervenção em defesa dos valores de Abril, e a todos os milhares de homens e mulheres sem filiação partidária que connosco, na CDU, estão a construir um futuro de confiança.

Saudação particular aos nossos primeiros candidatos às Juntas de Freguesia do Concelho, à Assembleia Municipal, Bernardo Loff, e à Câmara Municipal de Beja, Vítor Picado.

Candidatos com provas dadas de conhecimento da vida social, cultural e económica do concelho, de dedicação à acção colectiva em prol da comunidade, de empenhamento nos valores do Trabalho, da Honestidade, da Competência, que são a marca distintiva da CDU, mas que são também sua a forma intrínseca de estar na vida.

Candidatos cujo percurso de dedicação à melhoria das condições de vida dos trabalhadores e das populações de Beja fala por si e será uma alavanca para um grande resultado nas eleições autárquicas de 26 de Setembro, para reconquistar a Câmara Municipal de Beja, resgatando-a ao marasmo a que a gestão do PS a condenou.

Alguns, de vistas curtas e sendo apenas capazes de contas de merceeiro, dirão que estamos nesta batalha, para no fim fazermos a contabilidade de ganhos e perdas. 

Desenganem-se. 

A CDU quer ganhar a Câmara Municipal de Beja, quer reforçar os seus resultados com mais votos, mais mandatos e mais maiorias, não para mostrar e trazer ao peito, mas para, a partir dessas posições, contribuir para resolver problemas candentes dos trabalhadores e das populações.

Para lá, onde estivermos em minoria, denunciarmos os erros, as omissões, as dificuldades que sente quem vive em cada localidade, e cá, na Câmara e nas Juntas de Freguesia, aplicar propostas e soluções assentes no projecto autárquico da CDU, que não tem paralelo em qualquer outra força política. 

Não tem paralelo, porque assenta, desde logo, na valorização da participação popular, num contacto próximo com as populações e com as colectividades e todas as expressões do movimento associativo. 

Um projecto que vive da confiança nas massas populares, na sua intervenção criadora, nas suas energias, na sua força colectiva. 

Uma confiança que não se confunde com simulacros de participação, nem se resume a pôr em disputa ideias soltas e individuais, sem articulação e estratégia, mas que vai beber ao conhecimento e à intervenção de todos para concretizar as melhores soluções.

Não tem paralelo porque atribui um particular papel aos trabalhadores das autarquias, assegurando-lhes as condições de trabalho dignas e o cumprimento dos seus direitos, pelos quais nos batemos, ao seu lado, aqui e na Assembleia da República.

Sabemos bem que aos trabalhadores das autarquias, que assumem com empenho, apesar dos baixos salários, as suas tarefas de serviço às populações, cabe um papel insubstituível, e que, só agora, depois de uma longa luta do PCP, conseguiram ter direito ao suplemento de insalubridade e penosidade, e mesmo assim, de forma limitada. 

Esta é uma batalha da qual não desistimos. Todos os trabalhadores que têm funções de penosidade ou risco devem ser compensados por isso.

Um projecto ímpar que assume a defesa do serviço público na resposta aos problemas básicos e essenciais, seja na distribuição da água ou na recolha dos resíduos. 

Dizem que os privados são mais eficientes, que não têm as dificuldades burocráticas da administração pública. Não há lengalenga que se sobreponha a esta ideia lapidar:

Um bem tão essencial à vida, como é a água, não pode estar sujeito à lógica cega do lucro, como o PS tentou fazer aqui, privatizando a Empresa de Águas Municipais, o que só não concretizou pela firme oposição dos trabalhadores, das populações e da CDU.

Um projecto que assume a resposta no âmbito das competências das autarquias, e na exigência ao poder central no que é da competência deste.

Uma candidatura e um projecto, que não temem comparações, que assume a resposta aos problemas das populações como centro da sua acção. 

Seja na mobilidade, assegurando a todos, mesmo nas freguesias mais distantes dos centros, condições para a deslocação para as sedes dos concelhos e entre freguesias, em transportes públicos de qualidade, com horários compatíveis com as necessidades e com objectivo de caminhar para a sua gratuitidade. 

Seja na higiene e limpeza urbana, de que Beja, em 2017, com a gestão CDU, era exemplo, recebendo mesmo um prémio de cidade de excelência pelo nível de higiene e limpeza urbana, que agora se degradaram. Seja nos problemas do ambiente e  na atenção dada aos animais. 

Seja no apoio às populações desfavorecidas, às crianças e aos mais idosos, no apoio às pequenas e médias empresas para o seu desenvolvimento, na promoção da cultura e no apoio aos agentes culturais.

Uma candidatura que, como nenhuma outra, defende o poder local, exigindo os meios para assumir as suas competências, rejeitando o empurrar de responsabilidades da administração central para cima das autarquias e que não desiste dessas grandes batalhas que são a da reposição das freguesias que o povo assim queira e a batalha da regionalização, com a instituição de um poder regional eleito pelo povo que trabalhe para o desenvolvimento regional.

Uma candidatura que, junto do poder central, exige para as nossas terras os serviços públicos que respondam às aspirações das populações, das escolas com meios técnicos e humanos, aos serviços de Segurança Social, de Finanças, e, naturalmente, o reforço do Serviço Nacional de Saúde, com a contratação dos médicos, dos técnicos e dos outros trabalhadores em falta, garantindo o funcionamento de todas as unidades, e desde logo nos cuidados primários de saúde, com a concretização dos investimentos em falta e aqui, com a valorização do Hospital de Beja, estrutura que tem de assegurar cuidados diferenciados a uma população de centenas de milhares de pessoas. 

Aqui está um exemplo da denúncia que temos vindo a fazer de que os sucessivos anúncios do Governo de milhões e mais milhões - são tantos anúncios que nem duas “bazucas” chegavam para os concretizar todos - não resolvem os problemas e que, no terreno, os investimentos que fazem falta continuam a marcar passo.

Há quanto tempo vimos dizendo que é necessário construir a segunda fase do Hospital? 
Quantas perguntas fizemos na Assembleia da República? 
Quantas vezes questionámos o Governo? Tantas que lhes perdemos a conta. 

Até já conseguimos que fossem aprovadas resoluções nesse sentido. 

Mas a obra, que é urgente, essa é que não aparece, porque o Governo coloca sempre à frente das dificuldades das pessoas o défice e os interesses dos grupos económicos que ganham dinheiro com o negócio da doença.

E quantas vezes temos nós de insistir que, mesmo com as actuais instalações, há um elemento essencial a que o Governo não dá resposta, que é a falta de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares. 

E não nos venham com a cantilena de que abrem os concursos e não há candidatos. 

O problema, é que o Governo do PS, exactamente como anteriormente o PSD e o CDS fizeram, se recusa a valorizar as profissões e carreiras, a aumentar-lhes os  salários, a assegurar-lhes condições de vida e de trabalho dignas.
 
Sem resolver esta equação, podemos dar-lhe muitas voltas que continuaremos a ter uma gritante falta de profissionais de saúde, como aqui no Hospital de Beja.

Mas também ao nível das acessibilidades, a CDU sempre pugnou pela conclusão do IP8 e pela melhoria das ligações ferroviárias a Beja, enquanto parte do direito das suas populações à mobilidade.

Sim, a CDU é uma força que não teme comparações. Não nos escondemos atrás de arranjos de ocasião. Não dizemos uma coisa aqui e outra em Lisboa ou em qualquer outra parte.

Olhamos, olhos nos olhos, cada eleitor, prestamos contas do notável trabalho realizado e da obra feita onde estamos em maioria e da nossa intervenção nos órgãos em que estamos em minoria, denunciando problemas, sendo a voz das populações, apresentando propostas e soluções para uma vida melhor.

Camaradas e amigos, 
Estamos a poucos dias das eleições autárquicas. Esta é uma batalha da maior importância. 

Estão em causa os destinos de cada freguesia, de cada concelho nos próximos quatro anos. 

Está em causa a escolha de caminhos para um vida melhor, para um futuro de confiança. 

Temos candidatos com provas dadas, mais de 40 mil em todo o País, com uma larga participação de independentes. Temos um projecto autárquico que corresponde aos fundos interesses dos trabalhadores e das populações.

Temos a determinação deste grande colectivo de levar este projecto mais longe, falando com mais gente, angariando mais apoios, conseguindo mais votos.

Uma batalha realizada em difíceis condições, numa situação marcada ainda pelas consequências da epidemia, que sabemos que existem, mas principalmente pelo aproveitamento que o grande capital dela tem feito. 

Aí os vemos a anunciar encerramentos e despedimentos colectivos em empresas e sectores com lucros, com carteira de encomendas, com mercados a precisar deles. 

Aí os vemos a tentar cortar direitos, a procurar desregular horários, agravar a precariedade, limitar a acção sindical, acentuar a exploração. 

Aí os vemos, sedentos dos milhões anunciados, a organizarem e distribuírem forças e zonas de influência entre si, a constituírem estruturas, novos centros de decisão, para melhor influenciarem a distribuição do bolo, não aos pobres, mas aos ricos e poderosos, e, em primeiro lugar, aos mais ricos dos ricos.

Mas vemos também o Governo, ao mesmo tempo que se empenha numa bem urdida acção de propaganda, a manter a linha de submissão a esses inconfessados interesses do grande capital e aos ditames da União Europeia e do Euro, que o leva, por exemplo, a construir o Chamado Plano de Recuperação e Resiliência, não em função das necessidades de desenvolvimento do País, mas sob o mando de Bruxelas e dos senhores do dinheiro.

Exactamente como vemos o Governo, no plano da agricultura, uma actividade tão importante para esta região, a ceder a todas as pressões para apoiar as culturas superintensivas, no Plano Estratégico da PAC, inventando novas linhas de apoio à medida dos seus interesses. 

Política que não serve os interesses nacionais e não assegura a defesa da nossa soberania alimentar.

O País precisa de outras respostas só possíveis no quadro da luta pela alternativa patriótica e de esquerda, em que a batalha das eleições autárquicas se insere, e que travamos para devolver a esperança aos trabalhadores, aos jovens, às mulheres, aos reformados, aos pequenos e médios empresários, aos pequenos e médios agricultores, para garantir um Portugal com futuro.

Uma batalha para a qual vamos com toda a confiança. 

Saímos desta jornada pelo distrito de Beja, animados pela convicção de sabermos que, de hoje até dia 26, cada um dos camaradas e amigos com quem nos cruzamos e tantos outros que não tiveram a oportunidade de participar nas diversas iniciativas, serão os animadores, os agitadores, a voz da CDU com familiares, com amigos, com conhecidos, com colegas de trabalho. 

Porque as populações precisam do Trabalho, da Honestidade e da Competência sempre presentes na acção da CDU. 

Porque com mais votos, mais apoios, mais mandatos vamos mesmo construir um futuro de confiança.

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