Intervenção de Custódio Carvalho, XXI Congresso do PCP

A Célula do Partido da Autoeuropa

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Camaradas,

Com a produção do novo modelo houve um aumento do número de trabalhadores na Autoeuropa que passou para 6000, o que constituiu um motivo de valorização.

A Célula do PCP fez o enquadramento dos novos trabalhadores e a questão dos seus direitos é indissociável da defesa da empresa.

A Célula previu e preveniu, que o descontentamento dos trabalhadores face à posição da Administração sobre os horários de trabalho, laboração contínua e trabalho ao fim de semana devia ser atendido.

A resposta foi dada nos plenários realizados, e na greve de 30 de Agosto de 2017, a célula do PCP apelou a todos os trabalhadores para manterem a sua unidade e a serenidade face à falta de veracidade das notícias na comunicação social e à manipulação com o objectivo de lançar a confusão no seio dos trabalhadores.

Os caminhos que a Administração seguiu foram contrários às afirmações que fez, e que conduziram ao descontentamento dos trabalhadores e como se não bastasse em vez de procurar um diálogo sério, anuncia a aplicação administrativa do modelo de horário de trabalho, quando se impunha a continuação das negociações e não a imposição, como foi defendido pela célula do PCP, que manteve a sua postura de defesa dos direitos dos trabalhadores e do futuro da empresa.

Depois da vergonhosa campanha contra os trabalhadores da VW Autoeuropa levada a cabo na comunicação social ao longo de meses a fio, com todos os cães de fila ao serviço do poder económico, comentadores e escribas encartados e obviamente bem pagos, mais grupelhos divisionistas e outros que tentaram minar, os trabalhadores souberam dar a resposta acertada, aprovaram o caderno e mantiveram o órgão representativo dos trabalhadores em funcionamento.

Em 2018 surge o sindicato que se diz «novo e independente». Novo não é porque os grupelhos divisionistas não são novidade ao longo da História, e a sua independência é visivelmente duvidosa.

A Célula do PCP da Autoeuropa questionou, a quem servia a divisão dos trabalhadores? Enquanto a administração esfregava as mãos de contentamento!

Referir também que a influência de massas do PCP e o seu papel de vanguarda dentro da empresa com a publicação de alguns textos no Boletim “O Faísca” os quais foram determinantes para criar condições de luta reivindicativa, antecipando sempre e perspectivando um rumo a seguir pelos trabalhadores e as suas estruturas representativas de classe.

Face á situação complexa que se viveu este ano com a pandemia da Covid 19, o governo optou por medidas que, no essencial, favoreceram as grandes empresas, grupos económicos e multinacionais mas que penalizaram os salários dos trabalhadores, assim como descapitalizaram a segurança social, ao qual o PCP rejeitou em absoluto, posição transmitida pela Célula do Partido aos trabalhadores no seu Boletim informativo “O Faísca”.

Perante esta situação, conseguiu-se o pagamento do salário integral, a todos os trabalhadores durante o período de aplicação da medida anunciada, posição que a Célula do Partido valorizou, pelo que podemos dizer que ao longo desses meses os direitos e rendimentos dos trabalhadores foram garantidos.

A influência da Célula do Partido foi fundamental para que os trabalhadores tenham alcançado melhorias significativas nas condições de vida e de trabalho.
Nomeadamente a passagem cerca de 1800 trabalhadores para os quadros da empresa, a garantia de não haver nenhum despedimento colectivo e continuar a luta contra a precariedade, apesar da crise pandémica.

Em Setembro a célula teve conhecimento da intenção da administração de não renovar os contratos a cerca de 120 trabalhadores que se consumou em despedimento, facto que denunciámos. A situação actual, apesar das medidas técnicas adoptadas revela o quanto esses trabalhadores eram necessários, como se constata pelo aumento dos ritmos de trabalho e a insatisfação existente.

No âmbito da acção dos 5000 contactos, a Célula contactou com várias dezenas de trabalhadores da empresa os quais aceitaram receber a imprensa do partido e da Célula e conseguimos que viessem ao partido 12 novos militantes.

Responsabilizou-se mais camaradas pelos fundos e quotização, com a perspectiva de regularização e aumento do seu valor.

Prosseguiu-se o trabalho de formação de quadros, com iniciativas da célula, e a participação de camaradas nos cursos de formação ideológica.

Mesmo com todos os constrangimentos devido às características da empresa, por causa dos vários horários de trabalho, da distância da fábrica às nossas habitações e outros, a célula reúne regularmente e assume o seu papel de direcção, aprova anualmente um plano de trabalho, traça objectivos a todos os níveis e faz controlo de execução.

«O Faísca» e o «O Faísca-online» é o boletim informativo da célula para todos os trabalhadores da Autoeuropa, elemento agitador e esclarecedor que leva a todos a opinião da célula do PCP sobre os assuntos internos do momento e da situação do País. Levando a que a informação da célula seja o único contraponto político a toda a informação que é divulgada pela administração.

A célula assegura todas as atividades envolventes á Festa do Avante, a propaganda junto dos trabalhadores, a venda de EP, e o funcionamento do “bar O Faísca” ou como este ano numa situação muito especial o excelente funcionamento com as duas organizações, Montijo e Alcochete, na Petisqueira. Enaltecer ainda o trabalho realizado por todos os camaradas e amigos do partido em relação às inúmeras jornadas de trabalho realizadas para o colectivo partidário.

Mantemos o contacto junto dos trabalhadores para constituir a campanha de apoio nas várias eleições.

Os militantes da célula também são chamados a intervir em muitas outras vertentes; no sindicato, na comissão sindical, na comissão de segurança e saúde no trabalho e na comissão de trabalhadores da empresa.

Estivemos envolvidos no processo das eleições para a CT que se realizaram em Outubro e embora a lista unitária não tenha saído reforçada. Foram tomadas medidas para reforçar a ligação a todos aqueles que nela participaram.

Referir a realização da nossa 4.ª Assembleia da Organização da Célula.

O objectivo de aprofundar a ligação entre os militantes da célula da Autoeuropa e do Parque Industrial.

Os trabalhadores precisam de um Partido cada vez mais forte, interventivo e essa é a grande tarefa dos comunistas na actualidade.

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