Intervenção de Ilda Figueiredo, Membro do Comité Central, XXI Congresso do PCP

A frente anti-imperialista. A importância da luta pela Paz

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Camaradas

Neste importante XXI Congresso do PCP neste momento tão especial e verdadeiramente complexo do país e da humanidade.

Situação complexa porque, face à crise estrutural do capitalismo, assistimos às crescentes pressões do imperialismo para impor as suas regras e uma ideologia que legitime novas e velhas formas de acumular ganhos e riquezas, de exploração e de domínio, através de ameaças, chantagens, sanções, bloqueios, ingerências diversas, agressões e guerras contra os estados e povos que resistem, num total desrespeito do direito internacional, como vimos no Médio Oriente, em África, na América Latina ou na Europa.

Situação complexa tendo em conta a tempestade económica e social que se avizinha, agravada pela forma atabalhoada, e em muitos casos criminosa, como governos estão a gerir a crise sanitária, contribuindo para a aceleração de novas pandemias do desemprego, das desigualdades e da pobreza, não cuidando de multiplicar políticas públicas em áreas cruciais para os povos, como a saúde, educação, habitação e emprego com direitos.

Camaradas

É neste contexto que, em diversos países, os povos resistem a bloqueios, chantagens e agressões, como Cuba socialista que resiste à intensificação do bloqueio, na Venezuela bolivariana que resiste à desestabilização golpista ou na martirizada Síria que enfrenta a agressão e procura reconstruir o país; ou que lutam contra os novos colonialismos como na Palestina e no Sara Ocidental; resistência e lutas que impõem recuos, afirmam alternativas e até alcançam importantes vitórias, como recentemente na Bolívia e no Chile.

Situação complexa também na área ideológica onde aumenta o controlo da comunicação que prepara e justifica, através de meios novos ou tradicionais, as acções políticas e militares imperialistas – como o reforço da NATO e de outras organizações militares incluindo da União Europeia, querendo sempre mais fundos para armamento e novas ingerências – procurando impor a sua ideologia, dificultando a contribuição de trabalhadores e criadores para uma visão que não vise apagar a verdade histórica nem alienar as pessoas dos problemas prementes da sociedade e da luta para os resolver.

É nesta crise e violenta ofensiva que mais se impõe fortalecer a luta anti-imperialista e a solidariedade internacionalista como tem procurado fazer o PCP e outras organizações unitárias em que os comunistas participam, desenvolvendo e articulando a cooperação e convergência na acção de forças muito diversas, numa ampla frente anti-imperialista, assumindo particular importância a defesa dos princípios da Carta da ONU e, em Portugal, do artigo 7º da Constituição da República Portuguesa.

Merece particular destaque o desenvolvimento da luta contra o militarismo e em defesa da paz que o Conselho Português para a Paz e Cooperação tem procurado ampliar, através de sessões públicas e de rua na denúncia da guerra e da ofensiva dos EUA/NATO e União Europeia, da solidariedade com os povos vítimas da ingerência e guerra e de uma cultura de paz com envolvimento de artistas, associações, escolas e sindicatos, em concertos pela Paz, exposições de arte e outros.

Tem-se procurado a cooperação e convergência, de que é exemplo o trabalho realizado por 12 organizações e entidades que, a convite do CPPC, aceitaram organizar o Encontro pela Paz, realizado aqui, neste pavilhão Paz e Amizade em 2018, com mais de 50 organizações e de 700 pessoas.

Camaradas

Continua a preparar-se o novo Encontro pela Paz, para o próximo dia 5 de Junho, em Setúbal, tentando alargar essa base de apoio, com a convicção que um mundo melhor é possível, pondo cobro à perigosa militarização das relações internacionais e corrida armamentista, impulsionada pelos EUA, que tem abandonado importantes tratados que visam a limitação do armamento nuclear, ameaçando a segurança e a paz mundial.

Continuaremos a dar particular importância à exigência da assinatura e ratificação por Portugal do Tratado de Proibição das Armas Nucleares, a pugnar que o governo português cumpra a Constituição da República Portuguesa, defendendo o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político militares e um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.

Viva a Paz
Viva o XXI Congresso
Viva o PCP

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