Intervenção de Jorge Fael, Membro da Organização Regional de Castelo Branco, XXI Congresso do PCP

Organização Regional de Castelo Branco

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Camaradas e Amigos,

Em nome da Organização Regional de Castelo Branco saúdo o XXI Congresso. Aqui estamos, com coragem e responsabilidade, resistindo, avançando, reafirmando o nosso compromisso com os trabalhadores e o povo, e a luta pela construção de uma sociedade liberta da exploração do homem pelo homem.

Camaradas,

Valorizando os avanços alcançados nos últimos anos, que resultaram essencialmente da luta desenvolvida pelos trabalhadores e da iniciativa e acção do nosso Partido, mas que o PS, amarrado aos grandes interesses impediu que fossem mais longe, tal como agora, o que ficou e continua por fazer é muito, e a realidade do distrito é disso exemplo.

A região, que sofre hoje de forma agravada os efeitos da pandemia, é um território deprimido e tragicamente desprotegido, como demonstraram os incêndios em 2017.

Fragmentado em três Comunidades Intermunicipais, o distrito perdeu entre 2011 e 2018, mais de 15 mil habitantes.

A remuneração base média mensal bruta dos trabalhadores é de 785 euros, uma das mais baixas do País. O emprego é reduzido e pouco qualificado. A precariedade atinge 71% nos jovens.

O desemprego registado supera os 7 mil trabalhadores e tende a agravar-se.

O aumento de insolvências é de 41,3%.

Na floresta, o monopólio levou à fixação de preços muito baixos forçando o abandono da actividade, tal como na agricultura, onde encerraram diversas estruturas cooperativas e começa a surgir a exploração superintensiva.

Persistem grandes dificuldades no acesso à saúde, à rede da escola pública, e a municipalização agravará as desigualdades.

Sem transportes que assegurem o direito à mobilidade, as populações vivem há anos confinadas, e como se não bastasse o pandemónio da supressão de transportes públicos à boleia do vírus, foram confrontadas com o aumento dos passes sociais intermodais, com a justificação de que o dinheiro do PART tinha acabado.

É preciso inverter este rumo.

Mas não é com «golpes de asa», como o incentivo ao teletrabalho no interior, nem com projectos predadores da natureza e exploradores de mão-de-obra, como a exploração de lítio na Serra da Argemela, ou megaprojectos turísticos na Serra da Estrela que se construirá um futuro sustentável.

Camaradas,

Apoiámos a luta dos trabalhadores da indústria do papel, das minas, das indústrias eléctricas, dos centros de contacto, do têxtil e vestuário, da administração pública, dos transportes, em defesa de melhores salários e de melhores condições de trabalho. Uma luta que tem hoje acrescida importância.

Batemo-nos pelos serviços de proximidade, estações dos CTT, postos da GNR.

Intervimos para valorizar a agricultura familiar e por mais investimento público como o regadio Sul da Gardunha. Defendemos a Floresta sustentável.
Afirmamos a defesa da Escola Pública e o reforço do financiamento do Ensino Superior na Região, a UBI e o IPCB, indispensável ao desenvolvimento. Rejeitamos a reorganização em curso do IPCB, imposta pela direcção sob pressão do governo e do subfinanciamento, que significará a passagem de seis escolas para quatro e a perda de autonomia, nomeadamente da Escola de Gestão em Idanha-a-Nova.

Combatemos a tentativa de descaracterização dos três hospitais do Distrito, com o denominado “Centro Hospitalar da Beira Interior” que conduziria à perda de capacidade e de valências.

Exigimos a conclusão da requalificação da linha da Beira Baixa, as ligações de Idanha e Penamacor à A23, do IC31 e do IC6 com o túnel de Alvoaça livre de portagens, a requalificação das vias municipais e intermunicipais. Lutamos pela reposição da comparticipação nos passes sociais. Empenhamo-nos na luta contra as portagens na A23 e A25 que vai continuar!

Recusamos a cogestão das áreas protegidas, defendemos os rios e a gestão pública municipal da água.

Lutamos pelo direito à Cultura.

Reafirmamos que é indispensável valorizar o trabalho; reforçar o investimento público, apoiar o mundo rural e diversificar o tecido produtivo; um Poder Local ao serviço das populações, repor freguesias e concretizar a regionalização; desenvolver os recursos de forma sustentável e assegurar a exploração planificada dos recursos mineiros, a valorização na região da sua produção e uma intervenção determinante do Estado; reforçar os serviços públicos, reabrir os que foram encerrados, apostar na ciência e na inovação.

Camaradas,
Em 2019, realizámos a XI Assembleia da Organização Regional que, sem escamotear dificuldades, contribuiu para reforçar o trabalho e aprofundar a ligação do Partido aos trabalhadores. Temos 24 organismos, mas apenas 20% dos militantes estão integrados, sendo necessário avançar. A organização é composta por maioria de operários e empregados, 70%, no entanto, o peso de reformados é de 41%, pelo que o recrutamento é fundamental. Recrutámos 50 novos militantes. Para isto contribuiu decisivamente a campanha de 5000 contactos.

Temos como objectivo criar seis novas células de empresa ou local de trabalho.

Aqui estamos Camaradas, imaginando e construindo o futuro, porque o futuro tem Partido, o Partido Comunista Português!

Viva o XXI Congresso!

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