Dia do Estudante - 50 anos depois

O 24 de Março de 1962 assinala um marco histórico da luta dos estudantes portugueses contra o fascismo e pela liberdade, pelo direito de reunião e de associação, pela autonomia da Universidade e a democratização do ensino. Durante meses, através de grandes plenários, concentrações, manifestações e greves, os estudantes enfrentaram corajosamente proibições, encerramento de associações e instalações académicas, cargas policiais, prisões em massa, processos disciplinares, expulsões, todo o arsenal da violência e repressão fascista, em jornadas memoráveis que contribuíram fortemente para desmascarar, isolar e enfraquecer o fascismo.

Não pode ignorar-se o contexto de afluxo da luta popular em que se desenvolveram as massivas e combativas jornadas estudantis que, tendo como motivação imediata a proibição do Dia do Estudante em Lisboa, se estenderam a Coimbra e também ao Porto conferindo ao movimento uma dimensão nacional. Aquele é também o tempo das históricas manifestações do 1º de Maio de 1962 que em Lisboa mobilizou mais de cem mil pessoas e das heróicas greves do proletariado dos campos do Sul que impuseram ao fascismo e aos latifundiários as 8 horas.

Simultaneamente é importante sublinhar que a “crise académica de 62” se inscreve numa longa tradição de luta estudantil que impôs a existência legal das Associações de Estudantes e derrotou as tentativas da ditadura para fascizar a Universidade. Numa ligação dialéctica com o movimento operário e a oposição democrática, o movimento estudantil afirmou-se como uma importante componente do movimento popular de massas que conduziu à revolução de Abril.

As lutas académicas de 1962 constituíram uma extraordinária afirmação de unidade na luta por liberdades fundamentais e outras reivindicações imediatas, de estudantes de diferentes opções políticas e ideológicas em que os dirigentes e activistas associativos membros do PCP tiveram reconhecidamente um papel fundamental, papel que muitos pretendem apagar e que, no interesse da verdade histórica, é necessário não deixar esquecer.

Esse é também um dos objectivos desta iniciativa com que assinalamos o 50º aniversário do 24 de Março de 1962 que, pelo seu significado e importância, passou a ser assinalado e comemorado em Portugal como o Dia do Estudante.

Os estudantes comunistas na Crise de 62

Artigo de Manuela Bernardino para a publicação "100 dias que abalaram o regime" lançada por ocasião das comemorações do 50º aniversário do 24 de Março

No 50.º aniversário do 24 de Março

In: O militante

A crise académica de 1962 ...

Intervenção de Albano Nunes, na Faculdade de Letras da Univ. Lisboa, 45º aniversário da Crise Académica de 1962

Um Mês que abalou a Universidade

Intervenção de Armando Myre Dores, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 45º aniversário da Crise Académica de 1962

Artigos no «Avante!»

25.000 ESTUDANTES EM GREVE! MILHARES DE JOVENS GRITAM POR LIBERDADE, AUTONOMIA E CONTRA A REPRESSÃO

In: Avante!. - S. 6, nº 315 (Abr. 1962), p. 1

A HERÓICA GREVE DOS ESTUDANTES

In: Avante!. - S. 6, nº 317 (2.ª quinzena, Maio 1962), p. 1

GREVES, LUTAS E MANIFESTAÇÕES: A GREVE DOS ESTUDANTES

In: Avante!. - S. 6, nº 318 (Jun. 1962), p. 2

PROSSEGUE A LUTA DOS ESTUDANTES

In: Avante!. - S. 6, nº 339 (Mar. 1964), p. 1

Artigos n' «O militante»

RESOLUÇÃO DA COMISSÃO POLÍTICA DO C.C. SOBRE A ORIENTAÇÃO DO MOVIMENTO DA JUVENTUDE

In: O Militante. - S. 3, nº. 112 (Ago. 1961), p. 1-2

SOBRE A LUTA DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

In: O Militante. - S. 3, nº. 119 (Out. 1962), p. 3-6-7

Comunicado

O POVO DE LISBOA SAÚDA OS ESTUDANTES

A Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP (Jan. 1957), p. 1