Intervenção de Bruno Dias na Assembleia de República

Não à privatização dos CTT!

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Sr.ª Presidente,
Sr.as e Srs. Deputados:

O PCP saúda esta petição. Saudamos o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações que a promoveu e apresentou, saudamos os 18252 cidadãos que a subscreveram, que recolheram assinaturas, que fizeram desta petição uma jornada de luta em defesa dos correios como serviço público e em defesa dos CTT como operador público, não ao serviço de interesses privados e do poder económico mas sim ao serviço do povo e do país, do desenvolvimento e da qualidade de vida.

Esta luta em defesa dos correios já vem de longe! Tem enfrentado a ofensiva de sucessivos governos e administrações e a mesma política de encerramentos de estações, de corte da distribuição diária, de segmentação e desmantelamento de estruturas e serviços, de contratações e negócios altamente duvidosos, sempre de olhos postos no horizonte da privatização e na liberalização.

Por isso queremos dizer daqui que esta luta dos trabalhadores dos CTT contra a privatização da empresa, contra a liberalização do serviço postal, as lutas das populações, comissões de utentes, autarquias contra os encerramentos das estações de correios – é uma e a mesma luta! É a mesma luta que se faz lá nas freguesias onde as pessoas se mobilizam e organizam, lá onde acontecem as concentrações, os abaixo-assinados, os plenários.

Por iniciativa do PCP aprovada por unanimidade esta semana, a Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas vai promover uma audição com as estruturas representativas dos trabalhadores dos Correios, com a Administração da Empresa e com o Secretário de Estado da tutela. Já em Agosto suscitámos esta questão ao Sr. Ministro e nem uma palavra obtivemos do Governo.

Agora, no debate em Plenário desta Petição do SNTCT, o PCP apresenta o projecto de resolução 73/XII, para que a Assembleia da República se pronuncie de forma concreta sobre esta matéria tão importante para a vida das pessoas.

Estas estratégias de privatização e liberalização já mostraram pela Europa fora os resultados desastrosos que trouxeram!

Estas medidas, que os partidos da política de direita e as troikas nos apresentam como supostas inevitabilidades, decretadas nesse pacto de agressão e submissão, não são inevitabilidades nenhumas! Podem ser combatidas, são combatidas há anos – e foi graças a esse combate que a privatização não foi até agora concretizada. Já era para ter sido, mas não foi porque há luta, há resistência, e podem V. Exas. ter a certeza que vai haver e vai crescer e vai avançar, no dia 1 de Outubro e nos dias que se seguirão.

Pela nossa parte, o Partido Comunista Português sabe muito bem de que lado está nessa luta. Não estamos do lado da Deutsche Post, nem da DHL nem da Mota Engil.

Estamos e estaremos do lado dos trabalhadores, dos utentes, das populações que defendem o serviço público e o interesse nacional!

Disse.

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