Intervenção de Bernardino Soares, 1.ª candidato da CDU por Santarém, Comício CDU

É na CDU que se deve concentrar os votos para haver uma voz à esquerda a representar o distrito de Santarém no Parlamento

É na CDU que se deve concentrar os votos para haver uma voz à esquerda a representar o distrito de Santarém no Parlamento

É com uma enorme honra e muito entusiasmo que integro a lista da CDU à Assembleia da República no distrito de Santarém. Estas eleições têm sem dúvida desafios de grande dimensão, mas igualmente enormes potencialidades. 

É que, quando fazemos campanha como a CDU faz, casa a casa, de comércio em comércio, pelas ruas a falar e também a ouvir, a esclarecer e a convencer, chegamos a muita gente. É esse o trabalho que temos persistentemente de fazer, sem paragens, até ao dia 10 de março.

Quando vamos à porta de uma empresa ao encontro dos trabalhadores, como já fomos a várias desde quinta-feira em campanha, ninguém nos diz “ai agora é que cá vêm?”, pela simples razão que já lá estivemos outras vezes e não só quando há eleições.

Foi já apresentada por completo a nossa lista e também o nosso mandatário, João Luís Madeira Lopes. Gente prestigiada nas suas atividades, na sua intervenção cívica, gente séria que se empenha em construir um futuro melhor não para si ou para os seus interesses, mas para todos, para este distrito e para o nosso povo.

Eles são bons, os nossos candidatos, são mesmo formidáveis, mas que ninguém tenha dúvidas que só com os candidatos não se ganha nenhuma eleição. É preciso juntar as forças dos muitos que confiam na CDU, dos militantes e dos ativistas. É preciso ir falar novamente com todos os que já votaram CDU, com os que não se deixam enganar pelas mentiras do Chega ou de outros partidos da direita, com os que viram a sua vida a andar para trás com a política do Governo PS, que vestiu o casaco da esquerda para fazer uma política que a direita não enjeitaria.

É preciso falar com os reformados. Sim porque, camaradas e amigos, já percebemos que abriu a caça ao voto dos reformados. Vimos este fim de semana a extrema-direita, como há algumas semanas também o PSD a fazerem promessas de aumento das reformas para o salário mínimo, promessas que não têm nenhuma intenção de cumprir.

Eles sabem que há entre os reformados muito descontentamento, um justo descontentamento, e querem aproveitar-se disso. Mas quem lutou pelos reformados e pensionistas, quem exigiu do Governo aumentos intercalares e aumentos significativos não foram eles, fomos nós. Foi a CDU.

Esta gente da extrema-direita que agora tudo promete, é filha de Passos Coelho e Paulo Portas. Todos os seus deputados vieram do PSD e do CDS. E lá estiveram a apoiar os cortes de pensões e reformas, do subsídio de Natal, dos salários, dos feriados e de tantos outros direitos. Não se pode acreditar em quem sempre foi carrasco para os reformados. 

Mas quem quiser verdadeiramente combater a direita e a extrema-direita, é na CDU que deve apostar; porque os combatemos nas ideias retrógradas, racistas, reacionárias. Porque estaremos sempre contra qualquer arranjo de governo em que participem. Mas também porque defendemos e lutamos por uma política que resolva os problemas das pessoas, porque é na insatisfação com os problemas da vida de cada um que a extrema-direita semeia demagogia e populismo. E quem quiser acabar com o populismo, tem de resolver os problemas da vida das pessoas.

Esta é por isso uma batalha de esclarecimento.

É o que temos andado a fazer. E que questões encontramos nas muitas conversas que já fizemos?

Uma grande confusão sobre para o que são as eleições, com muitos a pensar que vão escolher entre dois candidatos a primeiro-ministro. É preciso esclarecer que o que vamos eleger são 230 deputados na Assembleia da República e não o primeiro-ministro ou o governo. Mais ainda. Aqui no distrito de Santarém o que vamos verdadeiramente eleger são os 9 deputados que cabem ao distrito de Santarém; o que vamos decidir é se um desses deputados é da CDU.

Por estes dias tenho perguntado a várias pessoas se conhecem o trabalho dos deputados eleitos pelo distrito ou se sabem sequer o nome de algum deles. Pois até agora ainda não encontrei ninguém que me soubesse dizer o nome de um dos que estão em funções e o mais próximo que apareceu, foi um senhor que se lembrava de um nome de um deputado, um tal Filipe. Pois é, mesmo não sendo deputado há dois anos, o camarada António Filipe foi o único que deixou memória aqui nas pessoas.

E é isso que tem de mudar. A partir de 10 de março, com a eleição do deputado da CDU e o trabalho que vamos fazer, o povo do distrito de Santarém vai voltar a ter a sua voz no Parlamento.

Muitas pessoas falam-nos também com preocupação do seu receio sobre o regresso da direita ao poder, e em particular a preocupação com a extrema-direita. Mas a todos temos dito que se querem derrotar a direita e a extrema-direita, não é no PS que têm de votar, é na CDU. É que deixar de votar na CDU para votar no PS não tira nenhum voto à direita e dá força ao PS para continuar a fazer uma política que não resolve os problemas das pessoas e do país, como se viu nestes dois anos de maioria absoluta. O que derrota a direita e combate a política de direita, seja ela feita por PSD ou PS, é o voto na CDU.

Muitos dizem-nos também que já não acreditam, que os políticos dizem uma coisa e depois fazem outra. Estas pessoas falam com verdade e com conhecimento de causa, porque certamente votaram no PS e no PSD e depois viram esses partidos a traírem os seus compromissos e a fazerem o contrário do que tinham prometido. Mas a CDU não é assim. É uma força de palavra, de gente séria e honesta, de homens e mulheres que não estão ao serviço dos grupos económicos, ou dos latifundiários do sul do distrito.

Camaradas e amigos,

Estamos aqui em Torres Novas e é justo lembrar uma grande torrejana, protagonista da luta antifascista e em particular defensora dos direitos das mulheres – Maria Lamas. Passam 75 anos do início da edição, então em fascículos da sua obra principal – As mulheres do meu país – um retrato das condições de vida, das carências, da exploração e da discriminação das mulheres.

As mulheres do nosso país e do nosso distrito continuam a ver negados muitos dos seus direitos. Continuam a ter salários mais baixos e precariedade acrescida. São mais de metade as mulheres do distrito que recebem no máximo 800 € e perto de 75% não ganham mais de 1000€.

Continuam a ver os seus direitos de maternidade olhados como um estorvo por muitos patrões. Têm agora dificuldades aumentadas no acesso à saúde, no acesso à interrupção voluntária da gravidez, no acompanhamento das gravidezes. Muitas mulheres reformadas que trabalharam desde crianças, designadamente na agricultura, têm hoje reformas muito baixas que o governo teima em não aumentar.

Esta nossa candidatura é também das mulheres do distrito. Das trabalhadoras, das reformadas, das estudantes. Com a CDU vamos lutar pelos seus direitos em todos os momentos da vida.

É por isso que há duas razões decisivas para votar CDU nas próximas eleições. 

A primeira é que o distrito de Santarém não pode continuar a estar abandonado à sua sorte sem representação no Parlamento. Este distrito precisa de quem defenda os trabalhadores do distrito na Assembleia da República, que neste distrito ganham abaixo da média nacional, que é ela própria bastante baixa. 

Que denuncie que 70% destes trabalhadores ganham menos de 1000 euros, que denuncie a precariedade que grassa por todo o lado, desde as empresas de trabalho temporário nas grandes fábricas à exploração desenfreada de trabalhadores imigrantes nas grandes explorações agrícolas.

Este distrito precisa de quem fale dos atropelos aos direitos dos trabalhadores que por aí vão. Dos horários completamente desregulados, ao abuso do trabalho por turnos, passando por essa nova invenção do banco de horas negativo; dos contratos sucessivos de três meses mudando formalmente de empresa, mas estando sempre no mesmo posto de trabalho; precisa de quem defenda a contratação coletiva cuja caducidade, posta na lei por PSD e CDS e mantida pelo PS, tem significado a redução de direitos e mais dificuldades para os sindicatos na negociação.

Este distrito precisa de quem diga ao governo que os trabalhadores da administração pública, em particular os trabalhadores das autarquias locais precisam de melhores salários e do fim do SIADAP, um falso sistema de avaliação que para mais não serve do que bloquear as progressões na carreira.

O distrito de Santarém precisa de ter na Assembleia da República quem defenda os reformados que têm também reformas abaixo da média nacional e que precisam de ver melhoradas as suas reformas e pensões. 

Precisa de quem defenda o direito à saúde, cada vez mais distante para as populações, com a falta de médicos de família, o atraso nas consultas hospitalares, os exames que não se conseguem fazer, as urgências que funcionam de forma intermitente, a reabertura das extensões injustamente encerradas e do Serviço de Urgência Básica de Coruche. Precisa de mais médicos e enfermeiros que o Governo continua a expulsar do Serviço Nacional de Saúde quando lhes nega justas remunerações, carreiras com progressão, horários razoáveis e melhores condições de trabalho.

O distrito de Santarém precisa da CDU no Parlamento para defender os serviços públicos, para dizer ao PS e à direita que os CTT têm de voltar a ser públicos, para reforçar os serviços de finanças, os tribunais, a segurança social ou os serviços do ministério da agricultura. 

Precisa de quem defenda a escola pública, garantindo o investimento no parque escolar e sobretudo valorizando os professores, que os Governos do PSD e o governo do PS têm tratado como descartáveis. 

Precisamos quem de forma séria defenda a segurança pública e a valorização dos profissionais da PSP e da GNR, como há muitos anos defendemos, bem como a valorização das instalações – como o Comando distrital da PSP em Santarém, o Destacamento Territorial da GNR em Coruche ou a construção da nova esquadra no Entroncamento.

Precisamos de quem defenda no parlamento os nossos rios, de uma política que garanta os caudais ecológicos, combata a poluição e garanta o acesso das populações ao domínio hídrico público, como no caso da nascente do Rio Almonda.

Precisamos de quem defenda o investimento público no distrito em particular nas vias rodoviárias, com a sempre adiada conclusão do IC3, com a construção de variantes aos núcleos populacionais na EN 118, com as indispensáveis novas travessias do Tejo em Constância, na Chamusca, na Golegã ou em Muge, para além de novas travessias do rio Sorraia em Coruche. Que defenda o fim das portagens na A23 e noutras autoestradas, para que elas sejam verdadeiras alternativas para a circulação de todos.

Precisamos de defender a melhoria dos transportes públicos, num distrito que tem todas as condições para poder ter melhor oferta no transporte ferroviário, desde que se aumentem as frequências dos comboios e que se invista nas estações e nas linhas do Norte, do Leste, de Tomar ou da Beira Baixa.

Só a CDU está em condições de desempenhar esse papel na Assembleia da República.

Mas nós precisamos também de reforçar a CDU e eleger novamente o deputado por Santarém porque é preciso reforçar esta força e o nosso grupo parlamentar na Assembleia da República. Porque mais CDU significa mais força para defender o desenvolvimento e a justiça social, os direitos de quem trabalha e os serviços públicos. Porque só com o reforço da CDU a vida das pessoas e do país pode avançar.

Aos que querem lutar por uma vida melhor com uma política em que prevaleça o interesse de todos e não o interesse dos grupos económicos, o seu voto é na CDU

Aos que se arrependeram de terem contribuído para a maioria absoluta do PS, a pensar em derrotar a direita, desta vez não se enganem, o vosso voto é na CDU.

Aos que querem derrotar a extrema-direita e as suas políticas retrógradas, o seu voto é na CDU.

Aos que querem uma voz à esquerda a representar o distrito de Santarém no Parlamento e têm de saber que é na CDU que devem concentrar os seus votos, porque é aqui que podemos eleger um deputado que não vá para o saco do PS ou do PSD.

Vamos para estas eleições com uma grande confiança. Uma confiança que sabe que esta batalha só se ganha com o empenho de todos nós. 

Uma confiança de quem tem palavra e sabe que as pessoas reconhecem isso. Uma confiança em que no dia 10 de março vamos voltar a ter um deputado eleito pela CDU pelo distrito de Santarém.

Viva o distrito de Santarém!
Viva a CDU!

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