No passado sábado, a imprensa internacional noticiou cenas horrendas no Mediterrâneo ao largo da Líbia: migrantes nadando desesperadamente na direcção de barcos salva-vidas que, por se encontrarem repletos, fogem na direcção contrária. Pelo menos nove pessoas morreram e dez desapareceram.
De acordo com as informações disponíveis, só na última semana, foram salvas das águas líbias pelo menos oito mil pessoas. Sublinhe-se que a acção das embarcações salva-vidas decorreu sob precárias condições de segurança, ameaçada desde logo pela acção hostil e violenta de membros de redes de tráfico de seres humanos.
Na resposta à pergunta escrita E-005077/2016, sobre “Assassinatos de refugiados sírios na Turquia e denúncias da MSF”, a Comissão Europeia refere que “a diminuição acentuada do número de migrantes em situação irregular e de requerentes de asilo que atravessa a Turquia em direcção à Grécia é a prova da eficácia da Declaração e, em especial, de que podemos desmantelar o «negócio» dos passadores”. Afirmações que a realidade descrita acima desmente fragorosamente.

Pergunto à Comissão Europeia:
- Tem conhecimento da situação descrita?
- Que medidas tomou ou pensa tomar para impedir que mais vidas se percam nos próximos dias e facilitar as condições de salvamento nas águas líbias?