Sucedem-se as candidaturas submetidas sob os critérios de intervenção devido ao elevado número de trabalhadores despedidos. Este é mais um desses casos, embora o pedido não preencha os critérios de elegibilidade definidos no Regulamento do Fundo, enquadrando-se portanto num pedido ao abrigo de circunstâncias excepcionais, podendo ter um sério impacto sobre o emprego e a economia local regional ou nacional. O pedido refere-se a 488 trabalhadores despedidos em 3 empresas - SA Carwall; Caterpillar Bélgica SA; Doosan SA - da área da fabricação de máquinas e equipamentos. E surge na sequência de pedidos anteriores já referentes às mesmas empresas. A conversa é sempre a mesma: em consequência da queda de procura dos produtos na Europa, fecham uma unidade de produção na Europa (Frameries, neste caso) e abastecem o mercado europeu com fábricas situadas algures (na Coreia do Sul, neste caso). Cada nova aprovação deste Fundo é um vivo libelo acusatório contra o capitalismo, contra a UE e as suas políticas neoliberais. A região de Hainaut enfrenta uma situação difícil de mercado de trabalho, com uma taxa de desemprego de 14,5% (5,9% superior à média nacional), pelo que se impõe um apoio aos trabalhadores afectados. Mas mais do que paliativos exige-se uma mudança de políticas, que torne estes paliativos desnecessários.