Esta é uma história com alguns anos.
Concretizado o mercado interno noutras áreas, dito de outra forma, esmagados os sistemas produtivos mais débeis e conquistados os respectivos mercados, nomeadamente nos países periféricos, em diversas outras áreas da actividade económica, há muito que os grandes grupos económicos europeus querem abocanhar também o sector dos serviços.
São 70% do PIB do conjunto dos países da UE, como lembra a relatora.
Querem também neste sector promover a concentração monopolista que sempre resulta da livre concorrência capitalista no mercado único.
Querem promover a competição entre trabalhadores, forçando a desvalorização geral da força de trabalho, o ataque a direitos e aos salários.
Neste caminho, encontram pela frente algumas dificuldades. Dificuldades que obrigam a moderar o passo e nalguns casos forçam mesmo alguns recuos.
Recorde-se que foi por causa da Directiva Serviços que em 2006 tiveram lugar grandiosas manifestações em vários países, que culminaram em grandes manifestações europeias.
Manifestações rejeitando a abertura ao mercado de áreas onde historicamente os Estados exerceram a sua função social através de serviços públicos.
Manifestações – que tiveram de enfrentar e que terão de enfrentar no futuro – recusando o desmantelamento dos serviços públicos – uma conquista civilizacional dos povos, que estão a atacar para proporcionar bons negócios a alguns grandes grupos económicos, à custa do sacrifício de direitos, do progresso e da justiça social.