Os avanços no domínio do digital confrontam-nos com enormes e irrecusáveis desafios.
Nos serviços em linha, no comércio electrónico, por exemplo. No domínio dos direitos de autor, da protecção de dados, da neutralidade da rede – certamente.
A resposta a estes desafios requer evidentemente uma abordagem conjunta, comunitária, internacional.
Mas a resposta a estes desafios, alguns deles complexos, deve ter como princípio orientador indeclinável a defesa do interesse público, que se deve sobrepor, em qualquer circunstância à lógica pura e simples do negócio.
Ora isto é tudo o que não aconteceu em duas décadas de mercado único.
Duas décadas de propaganda e promessas de emprego, crescimento, coesão – tudo desmentido pela realidade.
Duas décadas de prevalência do negócio sobre o interesse público.
Duas décadas de concentração monopolista.
Duas décadas de avanço do mercado sobre serviços públicos essenciais, gerando exclusão e pobreza.
Exclusão que, com o aprofundamento e alargamento deste mercado único, inevitavelmente se aprofundará e alargará.
E é por isso que a resposta aos desafios de aqui que falamos não pode ser encontrada neste quadro. Antes exige uma ruptura com ele.