Percebe-se bem a agitação que percorre a Comissão e este parlamento perante o anúncio, da presidente da Argentina, de nacionalização da companhia petrolífera nacional.
Na Argentina estão hoje a corrigir as políticas neoliberais que levaram o país ao desastre económico e social - precisamente as mesmas que os senhores querem à força impor na Europa.
Enquanto cá roubam à esfera pública sectores estratégicos da economia - incluindo empresas lucrativas, como sucede em Portugal - do outro lado do Atlântico percebem a importância de pôr ao serviço do desenvolvimento económico e social esses sectores.
O que vos incomoda verdadeiramente é a demonstração dos resultados opostos de um e de outro caminho.
Enquanto outros crescem e melhoram os seus indicadores económicos e sociais, os senhores afundam a Europa na crise e empurram-nos para um retrocesso civilizacional sem precedentes.
O medo que os senhores têm é o do exemplo.
O exemplo de quem afirma que o interesse dos povos está acima dos interesses do capital, e que ambos são inevitavelmente antagónicos.
O exemplo de quem afirma que a assunção da soberania de um povo, da sua vontade e interesses soberanos, contra os interesses do capital financeiro, é um ponto de partida necessário essencial para a saída desta crise.