A celebração deste acordo é um passo em frente há muito aguardado pelos grupos económicos das grandes potências da UE. O processo de adesão da Rússia à OMC implica um processo de liberalizações e privatizações em várias áreas, nomeadamente na área dos serviços, abrindo o seu mercado ao investimento estrangeiro. O mercado de serviços começou a desenvolver-se na Rússia apenas nos anos 1990, com o fim da União Soviética, depois da vitória da contra-revolução que desmantelou um importante sector público de serviços. Com este acordo, a Rússia abdica de uma parte da sua soberania e compromete-se a banir praticamente todo o tratamento preferencial nacional a fim de permitir o acesso ao seu mercado de serviços aos grupos económicos da UE. Os beneficiários deste acordo assinado pela UE são os de sempre, os grandes grupos económicos das grandes potências que vêem assim criadas “oportunidades de negócios suplementares” numa área em que poderão ter vantagem competitiva. Quem nada ganha e tudo perde com este acordo são também os de sempre: os trabalhadores deste sector ameaçados pelo despedimento, as PME ameaçadas pela concorrência dos grandes monopólios do sector e os consumidores das classes trabalhadoras que vêem os preços subir e a qualidade diminuir. Por isso o nosso voto só pode ser contra.