Intervenção de Jaime Toga, membro da Comissão Política

Mais de 3 000 nas ruas do Porto

Após os desfiles de Lisboa e de Évora, manifestamo-nos hoje, no Porto, contra o roubo nos salários, contra as injustiças sociais, contra o PEC e os ataques que o governo PS e o PSD cozinharam contra os trabalhadores, o nosso povo e o país.

Ataques que atingem com particular gravidade quem vive e trabalha no Porto e em toda esta região.

Estamos por isso aqui, para dizer que não aceitamos que continuem a roubar nos salário – e expressamos a nossa solidariedade e o nosso apoio à luta dos trabalhadores da Petrogal a quem a administração roubou 5 dias de trabalho no salário do último mês.

Expressamos igualmente solidariedade aos trabalhadores da Fapobol que suspenderam os contratos por salários em atraso; aos trabalhadores da Camo que lutam por aumentos salariais e contra a desregulamentação dos horários; aos trabalhadores da Portucel que lutam pelo seu Acordo de Empresa; aos trabalhadores da EMEF que lutam contra a desregulamentação dos horários; aos trabalhadores da hospitalização privada que lutam pela aplicação do CCT e a muitos e muitos outros trabalhadores que lutam e resistem contra os sucessivos atropelos aos direitos laborais que o PS, PSD e CDS consentem e promovem.

Mas também estamos a lutar contra o desemprego e o corte nas prestações sociais.

Denunciamos os mais de 150 mil desempregados do distrito do Porto, a maioria dos quais sem qualquer prestação social.

Denunciamos os lucros escandalosos das empresas e os ataques aos direitos de quem trabalha.

Não aceitamos a introdução de portagens nas SCUT nem a privatização de serviços Públicos.

Defendemos a gestão pública do Aeroporto do Porto e combatemos a entrada dos privados no sector ferroviário, nos correios, na STCP e no Metro do Porto.
Não aceitamos que cortem nos investimentos públicos, que adiem a expansão do Metro, que não construam os hospitais, os centros de saúde e as infraestruturas há muito prometidas.

Combateremos a tentativa de encerramento de escolas.

O PS e o PSD fartam-se de mentir e de tentar enganar o Povo.

Dizem que repartem o sacrifício por todos, mas na mesma semana em que anunciam a intenção de agravar ainda mais os impostos, piorar as leis laborais e voltar a reduzir apoios sociais… para depois injectar mais 450 milhões de euros na banca privada.

Para esses há sempre dinheiro, para quem trabalha, para quem está desempregado, para quem é pobre, não existem facilidades.

A insistência nas mesmas políticas agravará a actual situação, com mais desemprego, mais pobreza, mais precariedade, mais exploração, mais falências e maior dependência.

Com estas políticas não estão a resolver a crise, estão a acrescentar mais crise à crise.

Estão a encher ainda mais os bolsos da banca e dos grandes patrões.

É precisamente essa a intenção de Passos Coelho que anda aí a reunir com os patrões e quer tentar liberalizar os despedimentos.

No nosso País existem mais de 760 mil trabalhadores desempregados.

A precariedade aumentou e o desemprego também.

O problema não está na legislação laboral, mas nesta política e nestas propostas que violam a Constituição.

O que está em causa são os direitos elementares do nosso povo.

E sabemos que só a luta pode travar a ofensiva destes servos do grande capital.

Foi isso que os trabalhadores fizeram na manifestação promovida pela CGTP no passado dia 29 de Maio ao encher as ruas de Lisboa com mais de 300 mil.

É isso que os trabalhadores farão no dia nacional de luta que a CGTP convocou para o próximo dia 8 de Julho, participando em força na concentração convocada para a Praça da Batalha, no Porto, pelas 15h.

É este o pelo que vos fazemos: Vamos lutar e conseguir um País melhor, com mais justiça, progresso e desenvolvimento.

O povo do Porto deu com esta manifestação uma vigorosa resposta contra esta ofensiva. Disse presente a este apelo do PCP para exigir o fim dos sacrifícios para os mesmos de sempre. Reafirma também que não aceita que quem vive do seu salário seja obrigado a pagar a crise enquanto que para os bancos e para os grupos económicos continuam os escandalosos lucros e privilégios.

Com satisfação, destacamos e saudamos a presença dos jovens e da JCP nesta manifestação.

Este é o sinal de que esta luta continuará com a força, a irreverência e a combatividade da juventude, porque esta é também uma luta em defesa dos direitos das gerações futuras. É uma luta pelo direito dos jovens à educação, ao trabalho com direitos e a um salário digno.

Hoje transmitimos ao Porto e a toda esta região um sinal de esperança e de confiança.

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